
O casal acusado de furtar R$ 1,5 milhão de uma agência do Banco do Brasil, em Vitória, em novembro do ano passado, vai continuar preso até ser sentenciado.
Eduardo Barbosa de Oliveira, 43 anos, e Paloma Duarte Tolentino, 29, estão presos desde que foram pegos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) enquanto tentavam fugir para o Uruguai com o dinheiro vivo.
Conforme decisão do último dia 5, do juiz Daniel Peçanha Moreira, da 2ª Vara Criminal de Vitória, a tentativa de fuga para outro país justifica a necessidade de manter a prisão dos réus.
“A fuga do acusado do distrito da culpa constitui elemento suficiente para justificar a manutenção do decreto de prisão, pois demonstra a intenção do agente em prejudicar a instrução e a aplicação da lei penal”, escreveu o juiz.
A decisão também pontua que a manifestação favorável do Ministério Público à revogação da prisão “tem caráter meramente opinativo e não vincula a autoridade judicial, que é regida pelo princípio do livre convencimento motivado”.
O casal já havia tido um pedido de liberdade provisória negado em março. Em abril, eles foram transferidos da prisão em Santa Maria (RS) para o sistema prisional do Espírito Santo.
O crime
Eduardo trabalhava no banco há 12 anos e, além de gerente, era também tesoureiro da instituição.
Segundo o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e titular da Delegacia Especializada de Roubo a Banco (DRB), delegado Gabriel Monteiro, a investigação começou após uma outra gerente da agência Estilo, localizada na Avenida Desembargador Santos Neves, na Praia do Canto, entrar em contato com a polícia.
Ela relatou que o réu estava incomunicável e não apareceu para trabalhar. Isso levantou suspeitas, uma vez que, de acordo com a gerente, uma grande quantia em dinheiro parecia ter sido furtada.
Havia suspeita de um roubo, um grande valor. Fomos à agência, na Praia do Canto, e percebemos que, de fato, havia sido subtraído um valor de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Quando visualizamos imagens das câmeras vimos que se tratava de um gerente da instituição. Não tivemos acesso ao cofre porque, além de furtar, ele também trocou a senha, contou o delegado.
Fuga e prisão
Eduardo e Paloma fugiram do Espírito Santo em um carro adquirido por ela. Para comprar o veículo, a ré foi à agência onde o bancário trabalhava no dia do furto para efetuar um depósito de R$ 74 mil.
Foi esse o mesmo valor repassado por ele para que Paloma pudesse comprar o carro. Com o fim do expediente bancário, Eduardo foi ao cofre e subtraiu R$ 1,5 milhão.
Em imagens das câmeras de videomonitoramento do banco, o suspeito sai da agência com diversos malotes com o dinheiro furtado.
Para descobrir o modelo em que o casal havia fugido, bastou que os policiais fossem à concessionária onde Paloma adquiriu o carro. Lá, conseguiram identificar a placa do automóvel.
A partir das informações repassadas pela Polícia Civil, a PRF conseguiu prender o casal na BR-158, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, já na divisa com o Uruguai, quatro dias após o fruto, em 18 de novembro de 2024.
No momento da prisão, Paloma teria confessado que o dinheiro estava no porta-malas do carro. A PRF encontrou 763.438,00, 70.700 euros (o equivalente a R$ 433 mil) e 41.940 dólares (o equivalente a R$ 242 mil).