Polícia

Golpistas liderados por falso delegado vendiam dados de policiais para o PCC

Homero Vieira de Almeida, que se apresentava como delegado federal, teria criado uma empresa falsa, onde aplicava golpes em pessoas que queriam comprar armas

Redação Folha Vitória

Foto: Divulgação/Sesp
Homero Vieira de Almeida e a esposa Mayra dos Santos Silva

Um grupo criminoso comandado por Homero Vieira de Almeida está sendo investigado por cometer uma série de crimes, entre eles a venda de informações de policiais e agentes de segurança ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.

Homero foi preso pela Polícia Civil do Espírito Santo no âmbito da Operaçã Apate. Ele se passava por delegado da Polícia Federal ou por representante de fábricas italianas de armas de fogo, com o objetivo de aplicar golpes.

Segundo a polícia, Homero é apontado como líder da organização criminosa, e foi preso com uma Land Rover em fevereiro deste ano. Ele teria criado uma empresa falsa, onde aplicava golpes em pessoas que queriam comprar armas de fogo e ter porte de arma.

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Na operação da Polícia Civil, Diego Conceição Diodato, um dos integrantes da organização, também foi preso. A esposa de Homero, Mayra dos Santos Silva, está foragida da Justiça, com um mandado de prisão preventiva em aberto.

"Não foi fácil para os investigadores e delegados chegarem às informações, mas através das nossas metodologias foi possível identificar. Ele deu um prejuízo de cerca de R$ 800 mil e agora está preso. As pessoas que reconhecerem esse estelionatário, façam contato com a polícia, para podermos ilustrar cada vez mais essa investigação, para que ele possa continuar preso e não mais causar danos à sociedade", disse delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.
Foto: Divulgação/Sesp
Diego Conceição Diodato, um dos comparsas de Homero 

Segundo as investigações, durante a prática, agentes públicos, policiais e agentes de segurança entravam em contato com o suposto vendedor para adquirir o armamento. 

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Quando as vítimas enviavam seus documentos pessoais, o estelionatário utilizava dessas informações para fazer empréstimos. Ele também vendia as informações, pessoais desses policiais e agentes para organizações criminosas. 

De acordo com as investigações da polícia, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 800 mil em menos de um ano.

"Ele também aplicava golpes em pessoas que queria comprar o porte de arma, ele dizia que tinha um amigo na PF, e que se a pessoa pagasse R$ 15 mil, ele dava um jeito da pessoa conseguir o documento. Homero fazia um banco de dados com as carteiras funcionais, e tentava fazer a venda dessas carteiras de identidade para organizações criminosas, como o PCC. Acreditamos que com essas informações, ele poderia nutrir as organizações que poderiam atentar contra a vida desses policiais", disse o titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) na época da investigação, delegado Alan Andrade.

Além disso, Homero se passava por delegado da Polícia Federal e chegava a usar uma carteira com o distintivo da corporação. 

Divulgação/Sesp
Divulgação/Sesp

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Vaga de emprego virava estelionato

Segundo a Polícia Civil, o estelionatário começou aplicar golpes nas pessoas que se candidatavam para trabalhar na empresa fictícia. Muitas pessoas entravam em contato com ele, para conseguir a suposta vaga de emprego.

No falso processo seletivo, Homero exigia das vítimas, o login e a senha do Portal do Governo federal (GOV). A partir disso, ele conseguia acessar assinaturas e documentos pessoais das vítimas e, com isso, fazia empréstimos fraudulentos e assinava documentos falsos. 

Assim que a organização criminosa começou a crescer, Homero começou a contratar pessoas e montar uma quadrilha. Segundo a polícia, ele planejava assaltar um banco. 

"Homero planejava um assalto a banco, e estava montando uma quadrilha. Após receber uma quantidade enorme de dinheiro, ele tercerizava o serviço. Pessoas criavam contas em bancos e passavam seus dados para ele por R$ 500. O plano de assalto a banco já estava todo esquematizado", disse o delegado Alan Andrade.

De acordo com a polícia, os suspeitos vão responder por estelionato, estelionato digital, associação criminosa, lavagem de dinheiro, e comunicação falsa de crime. As investigações vão continuar para que novos integrantes da organização criminosa sejam identificados. 

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