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Em vídeo, Malafaia chama Moraes de "ditador" e alega "perseguição religiosa"

Líder religioso foi alvo de busca e apreensão determinadas pelo ministro do STF no âmbito do inquérito que investiga busca de sanções dos EUA pela família Bolsonaro

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Foto: Reprodução/Instagram @silasmalafaia
Foto: Reprodução/Instagram @silasmalafaia

Após ser alvo de operação da Polícia Federal na quarta-feira (20), o pastor Silas Malafaia publicou um vídeo em suas redes sociais dizendo que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é um “ditador” que promove perseguição política e religiosa.

Mais uma prova inequívoca que Alexandre de Moraes, o ditador da Toga, promove perseguição política e agora a religiosa também. Eu venho denunciando os crimes desse ditador durante esses quatro anos.

Silas Malafaia

Segundo o líder religioso, o último “crime” do magistrado foi ter determinado a ação da PF contra ele com apreensões e a execução de medidas cautelares que incluem a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados. Malafaia foi abordado no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

O pastor afirmou que teve cadernos com mensagens bíblicas e anotações sobre os atos realizados em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apreendidos.

“Tem um monte de cadernos aqui. O que não falta aqui é caderno. (Apreenderam) três cadernos com mensagens bíblicas e um caderno desses vídeos que eu gravo e com o que eu vou falar nas manifestações, que eu escrevo”.

Malafaia também reclamou da apreensão de seu passaporte pela Polícia Federal. Para ele, é inaceitável um líder religioso ser impedido de deixar o país. “Que país é esse, gente? Tenho agendas internacionais e tenho meu passaporte apreendido como se eu fosse um criminoso”, questionou.

Aos demais ministros da Suprema Corte, citando especificamente Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, o pastor perguntou se eles têm medo de Moraes. Segundo Malafaia, a atuação do magistrado “está jogando na lata do lixo e na lama o STF“.

“Vocês têm medo desse cara (Moraes)? Aonde nós vamos parar?”.

Alvo de inquérito

Investigado por suposto envolvimento com as articulações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para interferir no processo sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil, o líder religioso disse que não sabia que estava sendo investigado e que a PF, chamada de “Gestapo de Moraes”, trabalha para o ministro.

Malafaia também criticou a divulgação de conversas que teve com Bolsonaro. “E agora, as minhas conversas com Bolsonaro são todas expostas. Só tem uma coisa boa: mostra a minha honestidade, a minha independência, que sou amigo, não sou bajulador, não sou puxa-saco, falo o que tem que falar, critico o que tem que criticar e sou considerado”.

Ao final do vídeo de pouco mais de quatro minutos, o pastor disse que não pode falar do inquérito. “Se eu falar, sou preso”. Ele também disse, em tom ameaçador, que Moraes “escolheu o cara errado” e terá que prendê-lo, porque ele não vai parar.

“Não tenho medo de você, não vou parar, tu vai ter que me prender. Você não mexeu só comigo, você mexeu com todo mundo evangélico”.

Veja os principais trechos do vídeo:

Vídeo: Reprodução/Instagram @silasmalafaia
Julia Camim

Editora de Política

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Atuou como repórter de política nos veículos Estadão e A Gazeta. Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa, é formada no 13º Curso de Jornalismo Econômico do Estadão em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.