Política

Mariz classifica denúncia da PGR contra Temer como 'ficção literária'

Mariz classifica denúncia da PGR contra Temer como ‘ficção literária’ Mariz classifica denúncia da PGR contra Temer como ‘ficção literária’ Mariz classifica denúncia da PGR contra Temer como ‘ficção literária’ Mariz classifica denúncia da PGR contra Temer como ‘ficção literária’

O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira classificou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer apresentada na véspera como uma “ficção literária” e afirmou que causa “estranheza” o fato de a peça ter sido apresentada a 12 dias do fim do governo.

Mariz não defenderá formalmente o emedebista no processo, mas fará uma assessoria jurídica a Temer durante a defesa. A PGR acusa Temer de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito do inquérito dos Portos, que apura se houve favorecimento a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017. Esta é a terceira denúncia apresentada contra ele desde que ele assumiu o cargo, em 2016.

O criminalista criticou expressões usadas por Raquel Dodge na denúncia, como quando escreveu que Temer está no “epicentro” de um sistema criminoso envolvendo o mundo político e o setor portuário. “É mais uma denúncia que beira mais à ficção literária do que uma peça de acusação. Algumas afirmações são jogadas ao léu sem nenhuma indicação probatória”, disse Mariz à reportagem. “Não cometeria a leviandade de fazer acusação à procuradora-geral da República, mas apenas posso dizer que causou estranheza o oferecimento a 12 dias do término do mandato.”

Após a denúncia, o Planalto emitiu nota negando irregularidades. A partir de 1º de janeiro, quando o emedebista deixa o cargo, a decisão sobre aceitar ou não a denúncia caberá à Justiça Federal de primeira instância. Outras duas denúncias, rejeitadas pela Câmara no ano passado, também devem ser reavaliadas por um juiz federal.

Mariz falou em preocupação com o futuro de Temer, que terá de responder às denúncias sem foro. “Preocupação há sempre, embora eu ache que a ação penal é desprovida de base e de fundamento para uma acusação persistir e ser acolhida.” Apesar disso, o defensor disse que o presidente está “tranquilo no que diz respeito à inocência”.