Candidato a governador do Espírito Santo, Guerino Zanon (PSD) é o quarto entrevistado da série de sabatinas que começou nesta semana com os candidatos ao governo do Estado no pleito deste ano. As entrevistas acontecem até sexta-feira (23). 

Foto: Folha Vitória

Veja os principais pontos da entrevista com Guerino Zanon:

Oportunismo político

A sabatina com Guerino começou com uma pergunta de cunho político, uma vez que o candidato precisou responder se sua trajetória político-partidária, marcada por uma longa relação de apoio e parceria com Paulo Hartung, ex-governador do Estado, não deixaria brechas para que, hoje, ele fosse acusado de oportunismo político, tendo em vista que Hartung é contrário ao governo do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

“A candidatura do Guerino Zanon tem o DNA dele. Sempre fui MDB. Me foi tirado o direito de concorrer pelo meu partido ao governo do Estado. Estou no PSD e quero agradecer o abrigo que me deram. Não sou um oportunista, sou um conservador de nascença”, afirmou.

Apoio de Bolsonaro

Na sequência da entrevista, Guerino respondeu se continua apoiando o Bolsonaro, mesmo ele tendo declarado apoio a um dos seus adversários na disputa pelo governo do Espírito Santo, neste caso, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL).

“Não tenha dúvidas disso (de que segue apoiando Bolsonaro). Eu votei em Bolsonaro em 2018, e vou votar agora. Não é porque não estou no partido, no PL, que eu vou deixar de defender o projeto que acredito. Para a gente retomar no Espírito Santo o projeto conservador”, disse.

Desenvolvimento econômico

A primeira pergunta sobre o plano de governo de Guerino para os capixabas foi voltada para o desenvolvimento econômico. O candidato foi indagado sobre que incentivos pretende aplicar nas regiões menos desenvolvidas do Estado.

“É possível e é necessário a gente provocar um desenvolvimento no Sul do Estado. O que aconteceu nos últimos anos é que os governadores quiseram trabalhar o Sul nas mesmas condições que o Norte. Aí, não é justo. O Norte tem uma situação diferenciada em termos de incentivos fiscais. Olhar também precisa ser diferente. É perfeitamente possível ter incentivos diferentes para o Sul do Estado, para que esse jogo fique mais equilibrado”, pontuou.

Segurança pública

Guerino ainda respondeu como avalia a escalada da violência nos municípios do interior do Estado a partir de sua experiência como prefeito de Linhares em cinco oportunidades. A cidade, governada pelo candidato durante anos seguidos, surge como o município mais violento da região Norte, e o quinto entre todas as cidades do Estado.

Questionado sobre o que acontece para que o município figure entre os mais violentos do Espírito Santo, Guerino afirmou:

“Nos últimos 20 anos, Cachoeiro cresceu 20% a sua população; o Estado cresceu, na média, 26% a 28%, e Linhares cresceu 60%.Então, quando a gente faz esse jogo de números, nós temos que entender o que aconteceu com Linhares (...)Quando tiramos Linhares do mapa da criminalidade, foi com políticas sociais”, explicou Guerino, sem chegar a uma conclusão clara de seu argumento.

Concurso público para a área da Saúde

Durante a fase de perguntas enviadas por setores da sociedade civil, Guerino foi questionado se vai priorizar, em um possível governo sob sua gestão, concurso público para a área da Saúde.

O candidato afirmou que pretende abrir concurso público logo em primeiro de mandato. 

“Concurso público é uma obrigação de todos os governos. É necessário concurso público para saúde no governo, para todas as áreas deficitárias”, prometeu.

Gestão com transparência

Ainda respondendo às indagações de representantes da sociedade civil, Guerino explicou como pretende gerir os recursos públicos, especialmente as verbas destinadas à educação.

“Vou gerir os recursos dando transparência. Se você está em uma administração pública, precisa dar satisfação à sociedade. Assumo o compromisso de continuar prezando por esses valores que são muito caros à sociedade”, ressaltou.

Formação do secretariado

Assim como tem afirmado em outras sabatinas das quais participou ao longo de sua campanha eleitoral, Guerino voltou a dizer que o secretariado que pretendo montar, caso seja eleito, não dependerá do que ele chama de “carteirada de partido político”.

“As minhas práticas não são as mesmas desse governo, que tem que olhar qual é a cor partidária, onde está filiado, para dar um emprego. Não vai ter carteirada de partido”, afirmou o candidato, que ao ser questionado se assumia o compromisso de não nomear o seu secretariado com pessoas que tenham relação com partidos políticos no Estado, recuou de sua fala, pontuando que também há pessoas filiadas a legendas políticas com capacidade técnica para assumir uma secretaria de governo.