Setembro Verde

2 mil pessoas esperam transplante no ES: declarar a intenção de ser doador é essencial

Doação de órgãos depende da autorização familiar

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Gladston Medeiros recebeu um transplante em 2025 (Imagem: TV Vitória/Reprodução)
Gladston Medeiros recebeu um transplante em 2025 (Imagem: TV Vitória/Reprodução)

A esperança de milhares de capixabas depende de um gesto de solidariedade: a doação de órgãos. O Espírito Santo registra hoje mais de 2 mil pessoas à espera de um transplante. O que muitas pessoas não sabem é que uma doação é capaz de salvar até oito vidas.

A campanha Setembro Verde promove a conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos e do seu papel no recomeço de outros pacientes. O cabeleireiro Gladston Medeiros foi uma das pessoas beneficiadas com um transplante.

Diagnosticado com um problema renal em 2021, enfrentou o tratamento exaustivo e a incerteza do futuro por mais de quatro anos, enquanto aguardava na fila de prioridades para transplante. Foi em 20 de maio deste ano que ele recebeu a notícia mais aguardada: havia um doador compatível.

Eu tinha um tempo de vida muito curto e com o transplante eu ganhei uma sobrevida.

Gladston Medeiros, cabeleireiro

Após um transplante bem-sucedido, o cabeleireiro vive uma vida normal.

O papel fundamental da família

Assim como Gladston, outras centenas de pessoas ganharam uma nova chance no Estado. Até agosto deste ano, foram registrados mais de 400 transplantes realizados, um aumento de mais de 30% em comparação ao mesmo período de 2024.

Entretanto, para que a doação após a morte aconteça, é importante que a vontade de se tornar doador seja formalizada, já que o transplante só acontece com autorização dos familiares. Mas, em meio à dor de perder um ente querido, este ainda é um cenário complicado.

Apesar dos hospitais contarem com grupos de apoio para conversar sobre a possibilidade da doação, dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam que, neste ano, mais de 57% das famílias recusaram autorizar doação.

“A família tem o poder de decisão. Por isso, é importante deixar registrado, até em um documento, para a família ter consciência de que a pessoa deseja ser um doador. Mas a família tem um poder de decisão e ela quem vai dizer sim nesse momento mais difícil”, explica Bruno Majevsky, coordenador do Centro Transplantador do Hospital Evangélico de Vila Velha.

Ele ainda explica que existem muitos mitos sobre o assunto, que devem ser esclarecidos para que o número de doadores se torne maior. Dessa forma, é possível compreender a importância da decisão e a diferença que ela pode acarretar na vida de outros pacientes.

“Precisamos falar sobre a importância de se declarar doador. Porque a família, no momento mais difícil, ela vai ter uma base muito melhor para conseguir decidir se vai doar ou não.”

*Com informações da repórter da TV Vitória/TV Record Gabriela Valdetaro

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.