
Fim de ano, celebrações, reuniões familiares e muita comida boa. Não é segredo para ninguém que as festas de Natal e Ano Novo são verdadeiros desafios para quem está seguindo a dieta.
Além de serem sinônimos de fartura na hora das ceias, outro fator influencia (e muito) as decisões alimentares nesta época: o emocional. Seja por alegria ou tristeza, é inegável que as datas comemorativas evocam diversos sentimentos, o que está diretamente ligado ao que comemos e a quanto comemos.
Por isso, perguntamos aos especialistas: é possível manter a dieta no fim de ano? Confira suas cinco dicas infalíveis para quem deseja aproveitar, sem perder os resultados conquistados durante o ano.
1- Não vá com fome para as festas
Quem nunca decidiu guardar o apetite para a hora da ceia? Todo mundo quer aproveitar ao máximo os melhores pratos da noite, entretanto, para quem está de dieta, essa não é uma boa ideia, segundo o endocrinologista Ramon Marcelino.
O especialista orienta que o ideal é manter refeições equilibradas durante os dias das confraternizações e priorizar alimentos que aumentam a saciedade, como verduras, castanhas e proteínas (carnes, peixes, ovos e frango).
Um lanche leve antes da ceia, como iogurte ou fruta com aveia, ajuda a controlar os exageros e a fazer escolhas melhores.
Ramon Marcelino, médico endocrinologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês
2- Coma devagar e aprecie cada mordida
Os nutricionistas afirmam: estar de dieta não quer dizer que você não pode comer o que gosta. Para a nutricionista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Fernanda Souza Holanda, uma dica essencial é prestar atenção aos sinais do corpo.
Muitas vezes, na ânsia de comer mais, acabamos não percebendo que já estamos saciados e exageramos nas porções. “Coma devagar, perceba os sinais do seu corpo em relação à sensação de saciedade”, orienta.
3- Não transforme dois dias de festa em semanas de exageros
Comemorar é muito bom, mas transformar dois dias de festa em semanas de exagero na alimentação não é uma boa decisão.
Ramon Marcelino destaca que é comum sair da rotina em algumas ocasiões, o problema é estender os excessos.
“Evite o pensamento ‘tudo ou nada’. Dois ou três dias fora do habitual não anulam meses de reeducação alimentar. O importante é voltar à rotina de alimentação, hidratação e atividade física logo depois”, afirma o médico que é especialista em emagrecimento e medicina do estilo de vida.
4- Não interrompa medicações para obesidade
Outro ponto que merece atenção são as medicações. Segundo Ramon, suspender o tratamento para “poder comer mais” é um erro comum e prejudicial. “O fim de ano é justamente o período em que mais precisamos manter o controle. Interromper a medicação não traz benefícios e aumenta a chance de exageros. O ideal é manter o tratamento e buscar equilíbrio.”
O alerta vale para todos os tratamentos. Outros medicamentos de uso contínuo, como para diabetes e hipertensão, também precisam de atenção.
5- Exagerou, e agora? Recomece

Se mesmo assim não foi possível evitar o exagero, calma, não é hora de desistir. Muitas vezes ficamos decepcionados quando cometemos um deslize, o que pode levar muita gente a sabotar o restante dos processos.
A dica final é recomeçar! Holanda indica o consumo verduras, legumes e de frutas como melancia, limão, abacaxi, melão, pera e frutas vermelhas.
Outra opção é o preparo de suco utilizando frutas e folhas, não adoce e não coe totalmente, mantenha a hidratação. Caso exagere, seja gentil consigo mesmo, não se culpe, volte para os hábitos saudáveis no outro dia.
Nutricionista Fernanda Souza Holanda, do Seconci-SP
O segredo para não sentir culpa é o equilíbrio
Cuidar da alimentação não significa se privar dos prazeres das festas de fim de ano. A comida é parte essencial do momento e pode ser apreciada com equilíbrio e sem culpa.
A verdade é que, segundo os nutricionistas, dietas restritivas não são o melhor caminho e o ideal é ter consciência do que vai para o seu prato.
“O equilíbrio é o segredo para se manter saudável. Escolhas alimentares conscientes não combinam com o sentimento de culpa”, finaliza Holanda.