diálogo na infância
Foto: Freepik

Na correria do dia a dia, o diálogo entre pais e filhos pode acabar ficando em segundo plano. Trabalho, escola e atividades que ocupam boa parte do tempo do adulto, e até mesmo da criança, fazem com que perguntas simples acabem sendo deixadas de lado.

Mas o que muitos não sabem é que essas pequenas demonstrações de interesse e cuidado podem ser essenciais para construir uma relação sólida e de confiança e até mesmo moldar como será a infância dos filhos.

Neste Dia das Crianças perguntamos a uma psicóloga quais perguntas precisam fazer parte da rotina de uma família.

A base da comunicação com uma criança

Segundo a psicóloga e fundadora da Psimama, Fernanda Perim, antes de pensar nas perguntas que devem ser feitas, é preciso pensar na forma como os adultos se comunicam com as crianças.

A especialista explica que, quando falamos de diálogos efetivos, a forma como nos comportamos e prestamos atenção ao que é dito é essencial.

É preciso passar essa certeza para a criança de que os pais se importam, de que têm curiosidade pela vida dela e de como foi o dia. Um interesse genuíno e não só batendo cartão de visita.”

Fernanda Perim, psicóloga

Ainda segundo Fernanda, demonstrar essa curiosidade e reforçar a ideia de que a criança pode e deve confiar nos pais para se abrir, faz com que elas estejam dispostas a contanto tanto as coisas boas quanto as coisas ruins.

Para ela, essa é a verdadeira transformação na infância que o diálogo pode causar. “O principal é essa criança confiar nos pais, de que ela pode dizer qualquer coisa para eles, de que nada que ela contar vai deixá-la em perigo ou vai fazer eles gostarem menos dela.”

6 exemplos de perguntas que fortalecem o vínculo

Para a psicóloga, depois que entendemos que a forma como comunicamos também essencial para a construção de diálogo com uma criança, fica muito mais fácil de criar pequenos momentos que reforcem esse contato.

Para isso, a especialista apontou cinco perguntas que de fato podem fortalecer o vínculo entre a família. São elas:

1- “Qual foi o seu momento preferido na escola hoje?”

2- “Com quem você mais brincou?”

3- “O que aconteceu hoje que foi um desafio para você?”

4- “Em que momentos você se sente mais seguro?”

5- “Quando você se sente menos seguro?”

6- “Sobre o que você quer conversar agora?”

“Essas perguntas nos possibilitam não só conhecer bem nossas crianças, mas também passar para elas a segurança de que podem estar leves e tranquilas com a abertura que existe entre nós”, explica Fernanda.

Desenvolvimento da autoestima e da segurança emocional

Além de criar momentos de afeto entre pais e filhos, essas pequenas perguntas também podem ter outro papel fundamental: desenvolver a autoestima e a segurança emocional.

Fernanda destaca que, quando o amor dos pais não depende do comportamento, a criança desenvolve uma opinião positiva sobre si mesma — sente-se “uma pessoa boa, capaz e que vale a pena”.

E os benefícios disso vão além da infância. Quando uma criança desenvolve essas características, ela provavelmente irá levá-las consigo para a vida adulta. “Acreditar na própria competência é um dos pilares da saúde emocional”, complementa.

A importância de começar cedo

Quando falamos de relacionamento, começar cedo é fundamental para construir uma relação de confiança duradoura. Se no início o diálogo é marcado por críticas, broncas e ameaças, a criança aprende que se comunicar pode ser perigoso — e, com o tempo, tende a se calar.

Essa dificuldade se torna mais evidente na adolescência e na vida adulta, quando muitos pais sentem falta da troca que não foi cultivada na infância. Criar um ambiente de escuta desde os primeiros anos é o que garante que, no futuro, a criança se sinta à vontade para compartilhar alegrias, erros e desafios.

Para ter essa comunicação lá na frente, é preciso fortalecê-la no começo.

Fernanda Perim, Psicóloga
Fernanda Perim é psicóloga e fundadora da Psimama. Imagem: Divulgação

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.