Agosto Branco

85% dos casos de câncer de pulmão podem ser evitados; entenda

Campanha Agosto Branco reforça os cuidados com a saúde pulmonar

Leitura: 3 Minutos
Câncer de pulmão
Imagem de Drazen Zigic no Freepik

Silencioso nas fases iniciais, o câncer de pulmão é a principal causa de mortalidade por câncer no mundo. Segundo o Global Cancer Observatory, a doença é responsável por aproximadamente 1,8 milhão de óbitos por ano.

No Brasil, o cenário não é diferente. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que 28 mil brasileiros morrem anualmente em decorrência do tumor. Mas, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 85% destes casos poderiam ser evitados, já que estão relacionados ao tabagismo.

A campanha do Agosto Branco reforça a importância do diagnóstico precoce e como hábitos simples fazem a diferença nos cuidados com a saúde pulmonar.

O que é o câncer de pulmão?

O câncer de pulmão pode atingir a traqueia, os brônquios e os próprios pulmões. Os sintomas, muitas vezes silenciosos no início, incluem tosse persistente, dor no peito, rouquidão, escarro com sangue, falta de ar e perda de peso sem causa aparente.

Segundo Fernando Zamprogno, oncologista da Rede Meridional, o tabagismo e o diagnóstico tardio são os principais motivos para a taxa de mortalidade pelo tumor permanecer tão alta.

Apesar de ser um dos mais letais, o câncer de pulmão também é um dos tumores mais evitáveis, já que cerca de 85% dos casos têm relação direta com o tabagismo. Ou, ainda, se descoberto precocemente, pode ser tratado com sucesso.

– Fernando Zamprogno

O tabagismo é a principal causa, mas não a única

O tabagismo ativo é o principal responsável pelo surgimento da doença. Entretanto, de acordo com a médica oncologista Juliana Alvarenga, do Ellas Oncologia, não é o único. Pessoas que têm contato frequente com a fumaça do tabaco, os chamados fumantes passivos, também correm riscos.

“Além do cigarro, há riscos ocupacionais que precisam ser considerados. Muitos pacientes trabalham expostos a substâncias altamente tóxicas, o que também contribui para o aumento dos casos”, explica a médica oncologista Juliana Alvarenga.

Entre estas substâncias estão amianto, radônio, arsênio, cromo e níquel, e até mesmo a poluição do ar. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 17 a 29% dos casos estejam relacionados a exposição ocupacional, considerando tempo de exposição, ambiente e fatores genéticos.

Fernando Zamprogno completa que doenças pulmonares prévias também podem estar relacionadas ao desenvolvimento da doença. “Tuberculose ou bronquite crônica e histórico familiar da doença também podem aumentar o risco”, disse.

Prevenção e tratamentos

O diagnóstico tardio é o maior obstáculo para cura do câncer de pulmão, já que, quando detectado nos estágios iniciais, pode ser tratado com cirurgia ou terapias menos agressivas, com maior chance de sucesso.

Segundo a médica oncologista, Carla Loss, a tomografia computadorizada de baixa dose é uma das estratégias mais eficazes para rastrear a doença em pessoas com alto risco, como fumantes e ex-fumantes acima de 55 anos.

Ela ainda ressalta que praticar exercícios, evitar exposição à agentes cancerígenos e ao tabagismo passivo ajudam na prevenção, mas deixar o cigarro continua sendo a principal forma de prevenção.

“Parar de fumar traz benefícios imediatos à saúde. Em poucas semanas, há melhora na capacidade pulmonar e, com o tempo, a redução significativa do risco de desenvolver câncer e outras doenças graves”, reforça a médica oncologista Carla Loss.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.