Afinal, qual é a diferença entre gripe, alergia e resfriado? Afinal, qual é a diferença entre gripe, alergia e resfriado? Afinal, qual é a diferença entre gripe, alergia e resfriado? Afinal, qual é a diferença entre gripe, alergia e resfriado?
Diferenças entre alergia, resfriado e gripe
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A gripe, o resfriado e as alergias respiratórias são condições muito comuns, especialmente durante as mudanças de estação, e frequentemente confundidas entre si.

Embora tenham sintomas semelhantes, como coriza, espirros e mal-estar, suas causas, evolução e tratamentos são diferentes. Compreender a diferença entre essas condições permite um tratamento adequado e prevenção eficaz, além de evitar o uso desnecessário de medicamentos, como antibióticos, que não têm efeito sobre vírus ou reações alérgicas.

O que é a gripe?

A gripe é causada pelo vírus influenza e costuma se manifestar de forma mais intensa do que o resfriado comum. Os sintomas surgem de forma repentina e incluem:

  • Febre alta (geralmente acima de 38°C);
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Cansaço extremo;
  • Dor de garganta;
  • Tosse seca;
  • Calafrios;
  • Dor de cabeça.

Em alguns casos, a gripe pode evoluir para quadros mais graves, como sinusite ou pneumonia, especialmente em pessoas idosas, imunossuprimidas ou com doenças crônicas.

A gripe é altamente contagiosa e se espalha rapidamente por gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

O que é o resfriado?

O resfriado comum é causado por diferentes tipos de vírus, principalmente os rinovírus. Seus sintomas são mais leves do que os da gripe e aparecem gradualmente. Eles incluem:

  • Coriza (nariz escorrendo);
  • Espirros frequentes;
  • Nariz entupido;
  • Dor de garganta leve;
  • Tosse moderada;
  • Mal-estar leve;
  • Febre baixa ou ausente;

Os resfriados costumam durar de 3 a 7 dias, com recuperação espontânea, e raramente causam complicações. Ainda assim, são uma das principais causas de faltas ao trabalho e à escola.

O que é a alergia?

As alergias respiratórias, diferentemente da gripe e do resfriado, não são causados por vírus. São reações do sistema imunológico a substâncias normalmente inofensivas, como poeira, pólen, mofo, pelos de animais ou ácaros. Os sintomas alérgicos incluem:

  • Espirros em sequência;
  • Nariz escorrendo com secreção clara;
  • Coceira no nariz, garganta e olhos;
  • Olhos lacrimejantes ou vermelhos;
  • Congestão nasal persistente;
  • Ausência de febre;

As alergias tendem a ser crônicas ou recorrentes, ou seja, os sintomas aparecem repetidamente sempre que a pessoa é exposta ao alérgeno. Elas não são contagiosas, mas afetam a qualidade de vida, especialmente durante épocas do ano em que há maior concentração de alérgenos no ar, como a primavera e o inverno.

Como é feito o diagnóstico

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A semelhança entre os sintomas pode dificultar o diagnóstico, especialmente nos estágios iniciais. Por exemplo, uma pessoa com alergia pode apresentar coriza e espirros, o que também ocorre em resfriados e no início da gripe. No entanto, a presença de febre, dores no corpo e cansaço extremo é característica da gripe, não de alergias ou resfriados.

Outro ponto importante é a duração dos sintomas. A gripe e o resfriado geralmente melhoram após alguns dias, enquanto as alergias persistem por semanas ou meses, conforme a exposição aos alérgenos.

Além disso, pessoas com histórico de alergias respiratórias (como rinite alérgica) podem ser mais sensíveis a infecções virais e desenvolver sintomas mais intensos ou prolongados ao contrair gripe ou resfriado. Isso cria uma relação indireta, na qual a alergia favorece o agravamento das infecções respiratórias, especialmente em crianças.

Embora alergias e infecções sejam distintas, elas interagem entre si. A inflamação crônica causada pela rinite alérgica, por exemplo, pode comprometer a barreira natural do nariz e das vias aéreas, tornando o organismo mais suscetível à ação de vírus, como os que causam resfriados e gripes.

Por outro lado, após um episódio de gripe ou resfriado, algumas pessoas com predisposição alérgica percebem um aumento da sensibilidade nasal, o que desencadeia crises de rinite mais intensas. Essa interrelação reforça a importância de manter as alergias controladas, mesmo fora dos períodos de crise.

O diagnóstico correto é essencial para evitar erros comuns, como usar antibióticos para tratar resfriados ou confundir uma crise alérgica com uma infecção viral. O médico pode solicitar exames, como testes alérgicos, ou basear-se na história clínica do paciente, na cronologia dos sintomas e no exame físico.

Tratamentos mais frequentes

Os tratamentos mais frequentemente utilizados variam de acordo com a natureza da alteração. Na gripe, normalmente consiste em fazer repouso, hidratação, analgésicos e antivirais, em casos graves ou específicos.

No caso de resfriado, hidratação, analgésicos, descongestionantes e repouso. Nas alergias, identificar e evitar o alérgeno, uso de anti-histamínicos, corticoides nasais e, em alguns casos, imunoterapia.

Não há cura para a condição alérgica, mas elas podem ser eficazmente controladas com acompanhamento médico, especialmente com otorrinolaringologistas ou alergologistas.

Algumas medidas ajudam a prevenir tanto as infecções virais quanto as crises alérgicas:

  • Lavar as mãos com frequência;
  • Evitar contato com pessoas gripadas;
  • Tomar a vacina anual da gripe;
  • Manter a casa limpa e arejada;
  • Reduzir a presença de alérgenos (evitar carpetes, tapetes, cortinas próximas da cama, bichos; de pelúcia);
  • Utilizar purificadores ou umidificadores de ar, quando orientado.

Identificar a condição ajuda na recuperação

Portanto, apesar de apresentarem sintomas semelhantes, gripe, resfriado e alergias são condições distintas, com causas, tratamentos e implicações diferentes. A correta identificação de cada quadro é essencial para uma recuperação rápida, eficaz e segura.

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Além disso, compreender como essas condições podem interagir ajuda a melhorar a qualidade de vida de quem sofre de problemas respiratórios frequentes.

Buscar orientação médica ao perceber sintomas iniciais é a melhor forma de garantir um tratamento apropriado e prevenir complicações, além de evitar o uso inadequado de medicamentos que podem trazer mais prejuízos do que benefícios.

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Dr. Giulliano Luchi

Colunista

Médico. Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia. Professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Membro internacional da Academia Americana de Otorrinolaringologia. MBA em gestão de negócios em Saúde. Formação em Mentoring, Coaching e Advice. @otoclinica_giulliano_luchi

Médico. Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia. Professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Título de especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Membro internacional da Academia Americana de Otorrinolaringologia. MBA em gestão de negócios em Saúde. Formação em Mentoring, Coaching e Advice. @otoclinica_giulliano_luchi