Saúde

Alopécia por tração: o risco dos penteados apertados para corrida

A alopécia por tração atinge corredoras que usam penteados muito apertados com frequência. Entenda os riscos e os sinais de alerta

Alopecia por tração
Foto: Freepik

Correr não é só o esporte do momento, mas também virou um estilo de vida para quem pratica regularmente. Os treinos focados e as corridas de rua tomaram conta das redes sociais e ganham cada vez mais adeptos apaixonados.

Além dos equipamentos especializados, roupas confortáveis e claro, espírito esportivo, outra característica virou marca registrada das corredoras de plantão: os penteados.

Coques altos, rabos de cavalo firmes, tranças, topetes… Todos lindos, funcionais e práticos. Entretanto, os penteados têm levado ao consultório cada vez mais mulheres ativas, esportistas ou que, por estética, mantêm os fios sempre muito presos. E o motivo é a alopecia por tração.

Os riscos dos penteados de corrida

De acordo com a médica dermatologista Carolina Molina Gamallo, a alopécia por tração é comum em quem usa frequentemente penteados que puxam demais os fios, gerando uma tração constante no folículo capilar.

Com o tempo, essa tração enfraquece o fio e o folículo, levando a afinamento, quebra, falhas na linha frontal e nas laterais do couro cabeludo.

Segundo ela, quando o uso destes penteados é frequente e feito por longos períodos de tempo, o dano pode se tornar irreversível, resultando em queda definitiva nessas áreas.

Por que a alopecia por tração é comum em corredoras

Um bom penteado pode, sim, ser uma solução na hora de praticar exercícios, já que, além de manter os fios alinhados e evitar os temidos nós, ainda impede que o cabelo entre em contato com o suor da pele, que pode ressecar os fios devido ao cloreto de sódio (sal) na sua composição.

Mas, quando esse hábito se repete nos treinos diários, nas provas e até no dia a dia, o couro cabeludo sofre. “O problema não é usar um penteado preso de vez em quando, e sim fazer disso uma rotina, sempre no mesmo ponto de tração, com o mesmo tipo de puxão, sem intervalos para recuperação dos fios”, ressaltou a especialista.

Segundo ela, alguns penteados podem ser mais prejudiciais ao cabelo, como:

  • Coques muito altos e apertados;
  • Rabos de cavalo super firmes;
  • Tranças muito justas (box braids, tranças embutidas);
  • Top knots presos com muita força.

Além disso, o uso constante de elásticos finos, grampos apertados ou acessórios que tensionam o fio também podem agravar o problema.

Quais os sinais de alerta

Foto: Freepik

Alguns sinais podem ajudar a identificar quando o cabelo está sendo prejudicado e é necessário procurar um especialista. São eles:

  • Fios mais finos na linha da testa ou nas laterais;
  • Aparição de pequenas falhas no couro cabeludo;
  • Vermelhidão, dor ou sensibilidade na raiz do cabelo;
  • Pequenas bolinhas, coceira ou descamação;
  • Sensação de couro cabeludo repuxando com frequência.

Na maioria dos casos, quando a alopecia é identificada no início, é reversível com tratamento correto.

Porém, quando as falhas já estão cicatriciais, infelizmente, o quadro é irreversível e, nesse caso, a única opção é o transplante capilar. Por isso, é essencial estar atento aos sinais de alerta que podem indicar o início do problema.

Como evitar alopecia por tração

Mas calma, não é preciso deixar de correr ou usar penteados para evitar a alopecia por tração. A dermatologista explica que algumas pequenas mudanças já fazem a diferença na hora de prender os fios.

Alternar os penteados, prender os fios de forma frouxa, com uso de elásticos de tecidos evitar acessórios metálicos muito apertados já faz a diferença.

“É importante hidratar o couro cabeludo e fios regularmente e, sempre que possível, solte o cabelo após o treino. Ao menor sinal de afinamento ou falhas, procure um dermatologista especialista em tricologia”, completou.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.