O surto de infecção respiratória em funcionários, acompanhantes e pacientes no Hospital Santa Rita, em Vitória, pode ter sido causado pelo fungo histoplasma, muito encontrado em fezes de aves e de morcegos.
As informações foram divulgadas em coletiva (assista abaixo) realizada nesta segunda-feira (3). O resultado ainda não é conclusivo e a investigação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai continuar.
Segundo o secretário de estado da saúde, Tyago Hoffman, 11 amostras de sangue de pacientes funcionários do hospital foram enviadas para análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e uma das amostras testou positivo para o fungo.
Além disso, o quadro clínico dos pacientes se encaixa na hipótese de o surto ter sido causado pelo fungo.
O histoplasma faz muito sentido nessa investigação por conta dos sintomas, do quadro clínico desses pacientes e pelo fato de não ter transmissão entre pessoas, mas a investigação ainda não está concluída já que apenas uma pessoa testou para histoplasma.
Tyago Hoffman, secretário de estado da Saúde

A suspeita é de que os esporos do fungo tenham entrado pelo ar condicionado do hospital ou alguma fresta nas janelas. A investigação ainda não é conclusiva. Uma segunda hipótese ainda é considerada: a bactéria Burkholderia, encontrada em uma amostra de água de um bebedouro do hospital. Mas dois fatores levam os pesquisadores a crer que a bactéria não é a causadora do surto: o fato de os sintomas relacionados a essa bactéria serem normalmente mais graves e o fato de essa bactéria não ter sido encontrada nas amostras de sangue e urina dos pacientes.

Até este domingo (2), o número de casos suspeitos era de 93 pacientes, segundo boletim divulgado pela Sesa. Cinco desses pacientes estão internados e 88 em acompanhamento.
A suspeita inicial era de causa ambiental, ou seja, uma contaminação na água, em um filtro de ar-condicionado ou em alguma área frequentada pelos contaminados. Cerca de 300 patógenos – microrganismos que causam doenças em seres vivos – chegaram a ser testados.