
Em janeiro de 2024, uma aula experimental de acroyoga, em Vitória, mudou completamente a vida da capixaba Lindalva Guedes, que ficou tetraplégica ao perder os movimentos após um acidente durante a prática.
A fotógrafa e terapeuta fraturou duas vértebras da coluna cervical após tentar realizar um exercício conhecido como “voador”, em que duas pessoas precisam trocar de posição sem que a pessoa que está em cima coloque as mãos no chão.
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Desde então, Lindalva precisou dedicar seu tempo ao tratamento intenso e caro, ocupando boa parte da sua vida.
Ainda assim, ela encontrou forças para continuar fazendo o que mais amava, mas, desta vez, com um nome diferente: yoga adaptado.
O que é yoga adaptado
Entre as inúmeras mensagens de apoio que Lindalva passou a receber em suas páginas nas redes sociais, o comentário feito pelo professor Rodrigo Souza chamou sua atenção. “Ele veio até minha página e ofereceu ajuda”, disse ela.
Rodrigo, que é professor de yoga adaptado e fundador do projeto “Lhe tenho amor”, se especializou na prática após sofrer um acidente e se solidarizou com a história da capixaba, oferecendo um curso gratuito para que Lindalva pudesse conhecer o seu método.
“A prática de yoga adaptado é onde focamos na pessoa que está na nossa frente. Ela pode ser adaptada para uma pessoa que é gestante, por exemplo, uma idosa ou uma pessoa que tem mobilidade reduzida […] A gente visa o bem-estar e respeita as limitações de cada corpo. Esse é o yoga adaptado”, explicou Rodrigo.
Após as aulas, Lindalva desenvolveu uma nova perspectiva sobre a vida e enxergou novas possibilidades de recomeço:
O projeto tem me ajudado a abrir os horizontes, porque eu pensei, pelo fato de ter quebrado o pescoço, que minha vida tinha acabado. O projeto me resgatou do fundo do poço.
De aluna a professora
Como aluna, ela desenvolveu seus conhecimentos sobre a prática e usou o que aprendeu com Rodrigo para ajudar outras pessoas a entrar no mundo do yoga.
Durante uma das etapas do tratamento, realizada em Brasília, ela aproveitou para dar aulas para outros pacientes. “Eu aprendi e dei aula para os cadeirantes que estavam internados comigo”, afirmou.
Lindalva ressaltou que o yoga precisa ser adaptado a como as pessoas estão no momento, e que a acessibilidade é um ponto fundamental para quem pratica.
Uma nova perspectiva de futuro
Agora, Lindalva pretende apresentar o yoga adaptado para novas pessoas, trazendo as aulas para o Espírito Santo. “Este será um projeto que eu pretendo pôr em prática”, ressaltou.
Atualmente, ela segue em tratamento e continua compartilhando sua jornada nas redes sociais.