
Em 2025, o mundo celebrou os 47 anos da fertilização in vitro (FIV), um dos marcos mais transformadores da medicina moderna. Desde o nascimento de Louise Brown, em julho de 1978, a primeira bebê concebida por FIV, a reprodução assistida evoluiu de forma impressionante.
O que começou como um experimento ousado tornou-se, quatro décadas depois, uma ferramenta consolidada, responsável por mais de 10 milhões de nascimentos no mundo e por devolver a esperança a milhões de casais que enfrentam dificuldades para engravidar.
Hoje, a reprodução humana vive uma era de avanços contínuos, impulsionada pela tecnologia, pela personalização dos tratamentos e por uma compreensão cada vez mais profunda dos fatores que influenciam a fertilidade.
Técnicas como a vitrificação de óvulos e embriões, o diagnóstico genético embrionário, os protocolos individualizados e a integração com outras áreas como nutrologia, imunologia e microbiologia transformaram a jornada reprodutiva em um processo mais compreendido, eficaz e acolhedor.
Novas técnicas para 2026
As novidades científicas apresentadas no ESHRE 2025, maior congresso mundial de reprodução assistida, reforçaram essa evolução. Pesquisas recentes mostraram, por exemplo, que aspectos simples da vida cotidiana, como a qualidade do sono, podem influenciar diretamente a saúde ovariana.
Dormir entre sete e oito horas por noite demonstrou melhorar o equilíbrio hormonal e favorecer a reserva ovariana, revelando como pequenos ajustes de estilo de vida podem impactar tratamentos futuros.
Outro destaque foi um estudo experimental que mostrou a possibilidade de rejuvenescimento ovariano por meio de um suplemento capaz de melhorar a função mitocondrial, abrindo portas para novas terapias voltadas às mulheres com baixa reserva. Da mesma forma, os avanços no entendimento da endometrite crônica, muitas vezes silenciosa, trouxeram novas perspectivas para casos de abortamento de repetição e falhas de implantação, reforçando o papel do sistema imunológico no sucesso gestacional.
A discussão sobre protocolos de transferência embrionária em ciclo ovulatório natural também ganhou destaque, ressaltando a importância do corpo lúteo no suporte adequado ao endométrio. No campo da endocrinologia, medicamentos da classe GLP-1, originalmente usados no tratamento do diabetes e da obesidade, foram confirmados como ferramentas auxiliares para perda de peso pré-concepcional em mulheres com obesidade, embora seu uso exija planejamento cuidadoso, já que não há segurança comprovada durante a gestação.
Além disso, estudos sobre o microbioma endometrial revelaram como a flora vaginal, endometrial e intestinal pode influenciar a taxa de implantação embrionária, uma área promissora que abre espaço para novas estratégias de preparo endometrial.
Entre as conquistas mais importantes também está o fortalecimento das técnicas de preservação da fertilidade, especialmente para pacientes oncológicas jovens.
O congelamento de óvulos ou embriões antes de tratamentos contra o câncer continua sendo uma das formas mais eficazes de manter a possibilidade da maternidade após a cura do câncer.
2026 de novidades e possibilidade
Ao completar 47 anos, a FIV reafirma não apenas sua eficácia, mas também sua capacidade de se reinventar. Cada novo estudo, cada inovação e cada história de sucesso mostram que a ciência segue avançando a passos largos e que, mesmo diante de desafios, sempre existe espaço para a esperança.
LEIA TAMBÉM | Alinhadores transparentes x aparelho fixo: saiba qual a melhor opção
Para quem deseja engravidar e ainda não conseguiu, 2026 chega como um ano de renovação. Os avanços acumulados até aqui, somados à força da ciência e ao cuidado individualizado, tornam o sonho da maternidade e da paternidade cada vez mais alcançável. A jornada pode ser desafiadora, mas nunca esteve tão cheia de caminhos, possibilidades e oportunidades reais.
A cada descoberta, a medicina reprodutiva reafirma uma mensagem essencial: a esperança permanece viva e o próximo ano pode ser o capítulo que você tanto espera escrever.