Saúde

AVC hemorrágico: entenda quadro de Arlindo Cruz

Arlindo Cruz teve o AVC em 2017, o que deixou diversas sequelas

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Arlindo Cruz
Arlindo Cruz foi internado no CTI (Foto: Reprodução / Instagram @arlindocruzobem)

O cantor e compositor Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Rio de Janeiro. Lembrado como um dos maiores nomes do samba e da cena musical brasileira, o artista enfrentava problemas graves de saúde há anos.

Em 2017, Arlindo chegou a ficar internado durante 15 meses após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) do tipo hemorrágico, também conhecido como derrame. Desde então, o sambista lidava com sequelas deixadas pelo quadro.

O que é AVC hemorrágico

Segundo Arthur Xavier, neurologista do Hospital Santa Rita, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) do tipo hemorrágico está relacionado ao rompimento de um vaso sanguíneo.

O AVC hemorrágico acontece quando há uma ruptura no vaso e o sangue extravasa no tecido cerebral e entorno. Alguns dos principais fatores de risco são pressão arterial, obesidade, sedentarismo, diabetes e colesterol alto.

Arthur Xavier, neurologista

Apesar das informações médicas de Arlindo Cruz não terem sido divulgadas, não confirmando a causa do AVC, o especialista explica que casos como este tendem a estar relacionados à pressão arterial.

Dificuldade para cantar

Arlindo passou a enfrentar diversas sequelas após o AVC, o que, de acordo com o Neurologista, é comum após o diagnóstico.

“O paciente pode ficar com uma certa incapacidade, já que o AVC, frequentemente altera as funções motoras. há a perda de força em um lado do corpo, dificuldade para andar – as vezes ficando acamado -, perda de compreensão e até a impossibilidade de falar ou cantar”, explicou.

Arthur Xavier ainda destacou que Arlindo foi traqueostomizado e fazia uso de gastrostomia, procedimento que permite alimentação por meio de sonda.

Sinais que podem indicar AVC

Segundo dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil, até abril de 2025, 18.724 brasileiros morreram por AVC, o que equivale a uma morte a cada sete minutos ao longo do ano.

O tipo isquêmico, quando há obstrução de uma artéria é o mais comum e corresponde a 85% dos casos. Já o hemorrágico, que acometeu Arlindo Cruz, corresponde à 15%.

Arthur Xavier destaca que é essencial procurar ajuda médica quando sinais do AVC aparecem, já que é uma das principais causas de morte no país. “Alteração de sensibilidade ou força súbita, de um lado do corpo geralmente, fraqueza no rosto, alteração na fala e dificuldade de caminhar são alguns dos sinais”, destacou.

O especialista do Hospital Santa Rita ainda explicou o significado da sigla “Samu” utilizada para que seja mais fácil memorizar os principais sintomas.

“O ‘S’ é de sorriso, então verificar se há assimetria facial; o ‘A’ é de abraço, para avaliar se o paciente consegue erguer os dois braços; ‘M’ de música, para ver se tem dificuldade em falar ou cantar; ‘U’ de urgência, para acionar o SAMU 192 em caso de suspeita”, completou.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.