Julho Verde

Câncer de cabeça e pescoço; dor de garganta e rouquidão podem ser sinais de alerta

Câncer de cabeça e pescoço é um agrupamento de doenças que acometem a região. Diagnóstico precoce é essencial

câncer de cabeça e pescoço
Imagem de asierromero no Freepik

Dores persistentes na garganta, rouquidão e feridas na boca que não cicatrizam. Sintomas que, às vezes, acabam sendo ignorados, mas que podem estar associados ao diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), o Brasil deve registrar mais de 39 mil novos casos de cânceres de cabeça e pescoço em 2025. O Julho Verde é o mês dedicado à conscientização sobre o assunto e reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura.

O que é o câncer de cabeça e pescoço

O termo “câncer de cabeça e pescoço” não está associado a uma única doença. Lorenzzo Vasconcellos de Araújo, oncologista do Hospital São José, em Colatina, e professor do Unesc, explica que ele engloba diversas condições que acometem a região.

Sob o termo ‘câncer de cabeça e pescoço’ estão agrupados diversos tumores malignos que atingem boca, orofaringe, laringe (cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço e tireoide. Trata-se do quinto câncer mais incidente no país.

De acordo com o especialista, os cânceres da cavidade oral e laringe acometem mais homens, enquanto o câncer de tireoide é predominante em mulheres.

Sinais de alerta

O cirurgião de cabeça e pescoço Marco Homero de Sá, explicou que é essencial estar atento a alguns sinais característicos desta classe de doenças. São eles:

  • Aparecimento de nódulo no pescoço;
  • Manchas brancas ou avermelhadas na boca;
  • Ferida que não cicatriza em duas semanas;
  • Dor de garganta que não melhora em 15 dias;
  • Dificuldade ou dor para engolir;
  • Alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias.

“Uma dificuldade no ato de engolir, uma ferida na boca que permanece por muitas semanas e pode ser erroneamente confundida com uma afta, uma alteração insistente na fala, tudo isso pode ser indicativo de um possível tumor em desenvolvimento”, sinaliza Marco Homero de Sá.

Entretanto, o cirurgião alerta que esses sinais também podem estar associados a outros quadros clínicos e que, por isso, a avaliação especializada é essencial. “A mensagem da campanha é: procure um médico para investigar essas alterações”, ressalta.

Fatores de risco e prevenção

Os especialistas ainda ressaltam que diversos fatores podem contribuir com o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço. Alguns dos fatores de risco são:

Em relação à prevenção, o oncologista Lorenzzo Vasconcelos destaca a importância de manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regular, manter a higiene bucal em dia, diminuir o consumo de álcool e cigarro.

“Além disso, usar protetor solar, principalmente nos lábios, orelhas e nariz, regiões muito expostas às radiações solares”, destacou.

Diagnóstico e tratamento

Segundo a SBCCP, as chances de cura, quando o diagnóstico é realizado na fase inicial, são de mais de 90%. Entretanto, Lorenzzo Vasconcelos, explica que, na maioria dos casos o diagnóstico não é precoce.

“O diagnóstico desses tumores, normalmente, ocorre em estágios mais avançados, o que impacta diretamente nos tratamentos e nas chances de cura. A forma como a doença será tratada dependerá da extensão do tumor”, explica o médico.

Devido ao acometimento de diversos tecidos e órgãos diferentes, os tratamentos para os tumores de cabeça e pescoço podem variar. A cirurgia é uma alternativa terapêutica frequentemente utilizada para remoção dos tumores, mas outros recursos, como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia podem ser usados.

“O principal objetivo do Julho Verde é incentivar a população a não minimizar alterações que são percebidas“, completa Marco Homero de Sá.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.