Setembro flor

Câncer ginecológico: especialistas apontam sinais de alerta e formas de prevenção

Setembro flor alerta para incidência cânceres como o de ovário, colo do útero e vagina

Leitura: 3 Minutos
útero
Imagem de Freepik

Cerca de 30 mil mulheres são diagnosticadas anualmente com câncer ginecológico no Brasil, de acordo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Entre eles estão os tumores de ovário, colo de útero, endométrio, vulva e vagina.

A campanha Setembro Flor ressalta a importância da prevenção e conscientização sobre os cânceres que afetam o sistema reprodutor feminino e que, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), representam 19% dos diagnósticos femininos no mundo.

Perguntamos a especialistas quais os sinais de alerta e as formas de prevenção para garantir a saúde da mulher.

Fatores de risco

Por se tratar de um grupo de diferentes tipos de cânceres, os fatores de risco dependerão do tipo da doença. Mas, segundo a oncologista Juliana Alvarenga, há alguns recorrentes.

A infecção persistente pelo HPV é o fator mais relevante no câncer do colo do útero, e também pode estar associada a tumores de vulva e vagina. Já o câncer de endométrio tem relação com obesidade, síndrome metabólica, anovulação crônica, diabetes e uso prolongado de estrogênio sem progesterona. No caso do câncer de ovário, idade avançada, nuliparidade, histórico de infertilidade e mutações genéticas hereditárias — como BRCA1 e BRCA2 — são fatores importantes. Tabagismo e imunossupressão também contribuem para o risco em alguns casos.

Oncologista Juliana Alvarenga, Ellas Oncologia

A especialista ainda explicou que o histórico familiar pode ser determinante, especialmente nos cânceres de ovário e endométrio com origem hereditária.

Em mulheres com familiares de primeiro grau diagnosticadas precocemente, por exemplo, é indicado o acompanhamento podendo até ser necessária a intervenção cirúrgica. Mas alerta, “a avaliação de risco deve ser individualizada”.

Principais sinais de alerta

Muitos cânceres ginecológicos apresentam sintomas pouco específicos em seus estágios iniciais, isso dificulta a percepção da paciente e faz com que o diagnóstico aconteça de forma tardia.

Entretanto, a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa, do Hospital Santa Ritaexplicou que toda mulher precisa estar atenta aos sinais do corpo para conseguir identificar algumas anormalidades. São eles:

  • Desconforto abdominal;
  • Dores pélvicas e durante a relação sexual;
  • Aumento do volume abdominal;
  • Sangramentos irregulares, inclusive fora do período menstrual e na menopausa.

“Esse são sinais suspeitos para tumores ginecológicos. Portanto, ao apresentar qualquer um desses sintomas, não ignore, procure um ginecologista”, alertou.

Como prevenir os tumores ginecológicos

De acordo com as especialistas, algumas atitudes ajudam a prevenir ou identificar os tumores ginecológicos de forma precoce.

Virginia destaca o preventivo como indispensável, devendo ser realizado, pelo menos, uma vez ao ano. Segundo ela, o ginecologista também pode solicitar outros exames, a depender do histórico, idade e quadro clínico da paciente.

Essa investigação de rotina pode detectar lesões antes mesmo de se tornarem malignas, e também apontar indícios da doença na fase inicial, o que aumenta muito as chances de cura e de um tratamento menos invasivo.

Virgínia Altoé, oncologista

A especialista ainda destaca que, independente da idade, é essencial procurar ajuda profissional em caso de alterações nos exames.

Já Juliana destacou que seguir o calendário vacinal também faz a diferencia, especialmente para a vacina da HPV, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “É uma estratégia comprovadamente eficaz na prevenção do câncer do colo do útero e de outras neoplasias HPV-relacionadas.”

Além disso, a adoção de hábitos saudáveis como praticar atividade física regular, evitar o tabagismo e adotar uma dieta equilibrada, também têm impacto direto na prevenção de diversos tipos de câncer ginecológico, em especial o de endométrio. “Informação, vigilância e proatividade são as melhores formas de prevenção”, complementa Juliana

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.