Canetas emagrecedoras e mau hálito: o que quase ninguém fala

As “canetas emagrecedoras“, como Mounjaro, Ozempic e Wegovy, se tornaram os remédios mais comentados por quem busca perder peso rápido.

Antes usados principalmente para o tratamento do diabetes tipo 2, hoje os medicamentos injetáveis são vistos como solução quase mágica para emagrecer. Mas, no meio desse cenário atual, pouco se fala sobre efeitos colaterais menos glamourosos, como o mau hálito.

Efeitos das canetas emagrecedoras

Quem pensa em usar esses medicamentos precisa conhecer três principais mecanismos que explicam por que o mau hálito pode aparecer:

1- Lentidão no esvaziamento gástrico

Esses remédios são agonistas do receptor de GLP-1. Um dos seus efeitos é retardar o esvaziamento gástrico para aumentar a saciedade e melhorar o controle glicêmico. Mas há um preço: o alimento fica mais tempo parado no estômago, favorecendo fermentação e produção de gases com odores desagradáveis.

Em casos de refluxo, esses odores podem voltar para a boca, resultando em halitose. É um efeito colateral pouco comentado, mas que impacta o convívio social e a autoestima.

2- Boca seca e acúmulo de bactérias

Outro problema importante é a boca seca, ou xerostomia. Os medicamentos podem reduzir a produção de saliva, além da náusea e a redução do apetite levarem a menor ingestão de líquidos.

A saliva é uma defesa natural contra bactérias e resíduos alimentares: sem ela, esses micro-organismos se acumulam com mais facilidade, aumentando o risco de mau hálito.

3- Estômago vazio e produção de cetonas

O uso desses remédios reduz o apetite, consequentemente as pessoas ficam mais tempo em jejum. Esse jejum prolongado faz o organismo recorrer às reservas de gordura, gerando corpos cetônicos.

Resultado: o famoso “hálito cetônico”, com odor característico e desagradável. Esse é mais um aspecto do emagrecimento rápido que muitas vezes é ignorado.

Manter bons hábitos é essencial

Esses medicamentos são, sim, ferramentas importantes quando bem indicadas, especialmente para pessoas com obesidade ou diabetes mal controlado. Mas não são soluções mágicas ou isentas de efeitos colaterais.

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Fica o alerta: quem decidir usá-los precisa se informar bem, manter boa hidratação, estimular a produção de saliva (com chicletes ou pastilhas sem açúcar), ter uma alimentação equilibrada, controlar o refluxo e fazer consultas regulares ao médico e ao dentista.

Afinal, saúde não é só perder peso, é cuidar do corpo todo.