Especialistas indicam que a higienização das mãos com álcool por conta da pandemia diminuiu em 20% os casos de conjuntivite viral atendidos pelos consultórios nos últimos dois meses, comparado ao mesmo período de 2019. A informação é do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.
Para o médico, as doenças externas predominantes neste período foram a síndrome do olho seco e conjuntivite alérgica. Ele explica que a estiagem e a poluição originam estas alterações, pontua.
O olho seco, de acordo com Leôncio, é uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima que desequilibra a imunidade da superfície do globo ocular. Os sintomas são vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira, e maior sensibilidade à luz.
Já a conjuntivite alérgica é uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a esclera, parte branca do olho, e a face interna das pálpebras. O especialista destaca que a conjuntivite alérgica não é contagiosa, mas pode levar ao ceratocone, doença que afina a córnea, por causa da coceira no olhos.
A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), salienta, é de que 7 em cada 10 pessoas desenvolvem alergia nos olhos simultânea às doenças respiratórias como rinite, sinusite, bronquite ou asma que triplicam nos meses mais frios.
Veja como tratar os problemas
O tratamento do olho seco é feito com colírio lubrificante, mas não pode ser qualquer um. Isso porque a lágrima tem três camadas e cada colírio age sobre uma delas.
“Quando a causa é o bloqueio de uma pequena glândula na borda da pálpebra responsável pela produção da camada gordurosa que impede a evaporação da lágrima, o tratamento mais efetivo é a aplicação de luz pulsada que desobstrui esta glândula”, afirma o oftamologista.
A conjuntivite alérgica é tratada com colírio anti-histamínico nos casos mais leves e com corticoide nos mais severos. O médico adverte que o uso prolongado de colírio com corticoide predispõe ao glaucoma e à catarata.
Por outro lado, a interrupção do uso não pode ser repentina para evitar efeito rebote. Por isso, embora a venda seja livre, o medicamento só deve ser usado sob supervisão médica.
Veja como se prevenir
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto destacou algumas dicas importantes para prevenir o olho seco e a conjuntivite alérgica no frio. Veja na lista abaixo:
– Beber água com frequência
– Colocar vasilhas com água nos ambientes
– Adicionar na alimentação nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha que são ricos em ômega 3
– Evitar o uso de aquecedores ambientais.
– Manter os ambientes livres de poeira.
– Desviar os olhos das telas eletrônicas por 5 a 10 minutos a cada hora.
– Piscar voluntariamente quando usar o computador ou tablet.
– Proteger os olhos da poluição com óculos apropriados nas atividades externas.