Saúde

Clima frio também oferece risco de câncer de pele

Mesmo na estação amena, população deve evitar exposição excessiva ao sol e observar manchas; diagnóstico precoce é importante para eficácia do tratamento.

Foto: Divulgação
Uso do protetor solar é indispensável! 

Especialistas alertam que as temperaturas mais baixas do outono não devem levar ao descuido em relação aos raios solares e às manchas e sinais indicadores de uma possível lesão, que muitas vezes aparece em áreas menos visíveis do corpo. Sete a cada dez casos de câncer de pele referem-se a carcinoma basocelular, cuja evolução é lenta. 

No entanto, segundo Loureno Cezana, oncologista clínico que atua no Espírito Santo, uma lesão a princípio simples, se não tratada adequadamente, pode chegar a um estágio grave ou metastático, quando o câncer se espalha para outros órgãos. “Qualquer mancha, verruga ou sinal que tem um lado diferente do outro, bordas irregulares, cor variada, aumenta de tamanho, coça, arde ou sangra deve ser investigado”, explica. 

“Este é um cuidado indispensável, considerando que quase 2 mil pessoas morrem no Brasil ao ano por causa desse tipo de câncer”, destacou Loureno

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o ES tem, em média, 3.400 novos casos de câncer de pele não melanoma ao ano, o que corresponde a um terço de todos os tumores malignos registrados no estado. A maioria é tratada com cirurgias simples com alto percentual de cura, mas, quando o diagnóstico é tardio, existe risco de mutilações expressivas. Para casos específicos de doença avançada ou metastática, pode ser necessário tratamento clínico para que as células cancerígenas parem de se multiplicar.

A expectativa em relação ao aumento da doença é alarmante diante dos hábitos de vida do brasileiro e do cenário climático. Relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) aponta que as temperaturas atmosféricas globais estão aumentando gradativamente nas últimas duas décadas. Nas estações de temperatura mais baixa, as pessoas tendem a abandonar medidas preventivas, como uso do protetor solar, chapéu e evitar os horários inadequados (10h às 16h). Entretanto, os danos dos raios ultravioleta podem ser tão graves quanto no verão. 

“Um aspecto desafiador do câncer de pele é que a doença costuma aparecer décadas depois, resultado de acúmulo da exposição solar indevida, e as pessoas tendem a subestimá-la. O cuidado deve ser intenso durante todo o ano e em todas as idades, desde a infância e mesmo entre os mais velhos, pois estamos vivendo cada vez mais, e temos que nos preocupar com a qualidade de vida”, reforça Loureno Cezana.

O câncer melanoma é outra preocupação. Embora seja menos frequente, com 170 novos casos ao ano no Espírito Santo, é o tipo mais agressivo, de evolução rápida, e perigoso pelo risco de se disseminar para outros órgãos. No entanto, as chances de cura também são altas quando identificado no início. “É importante que as pessoas não tenham medo do diagnóstico, pois a medicina está evoluindo muito e, mesmo em casos mais graves, que menos de uma década atrás eram letais, atualmente existem possibilidades de tratamento com benefícios clínicos relevantes”, explica o médico. 

O oncologista clínico orienta também que, se perceber alguma mancha estranha na sua pele ou na pele de alguém, é válido encarar como um possível problema e procurar o médico. Neste sentido, a campanha #DeOlhoNosSinais destaca que, ao notar uma mancha na roupa, no céu ou na água, por exemplo, o incômodo causado gera ação. O mesmo cuidado deve acontecer com a saúde da pele. A campanha tem abrangência digital, com foco nas redes sociais.