Com um simples deslizar de dedos, temos acesso a milhares de vídeos, postagens e “dicas” sobre saúde todos os dias nas redes sociais. O problema é que nem tudo que parece informação é, de fato, verdadeiro.
A desinformação na área da saúde não é apenas um incômodo: ela pode atrasar diagnósticos, levar ao abandono de tratamentos corretos e colocar a vida em risco.
Para se proteger, é importante aprender a fazer uma checagem rápida e eficaz antes de acreditar ou compartilhar qualquer conteúdo. Você não precisa ser um especialista, basta aprender a aplicar um guia rápido de checagem sempre que se deparar com uma novidade sobre saúde.
Verifique a fonte
Antes de confiar em uma informação, pergunte quem está falando? É um profissional habilitado?
Médicos, dentistas, nutricionistas e outros profissionais da saúde têm registro em conselhos de classe (CRM, CRO, CRN etc.). Isso significa que passaram por formação oficial, têm autorização legal para atuar e podem ser responsabilizados se divulgarem informações falsas.
A informação veio de uma instituição reconhecida?
Universidades, hospitais, sociedades médicas ou odontológicas, órgãos públicos de saúde e organizações internacionais (como a OMS) são fontes mais seguras que perfis anônimos ou de influenciadores sem formação na área.
Procure respaldo científico
A diferença entre opinião e evidência está na ciência. Informações de qualidade são baseadas em estudos científicos revisados por pares — ou seja, avaliados por outros especialistas antes de serem publicados.
As bases de dados mais usadas para encontrar essas pesquisas são:
- PubMed: plataforma internacional mantida pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, que reúne milhões de artigos científicos de todo o mundo.
- SciELO: biblioteca eletrônica que disponibiliza artigos científicos de forma gratuita, com foco especial na produção acadêmica da América Latina.
Se o conteúdo não apresenta ou não consegue indicar nenhuma referência confiável, é um sinal de alerta.
Observe a linguagem
Mensagens exageradas ou apelativas merecem desconfiança. Expressões como “cura milagrosa”, “eles não querem que você saiba” ou “veneno silencioso” são típicas de conteúdo sem base científica.
A ciência verdadeira geralmente é cautelosa nas palavras, reconhece limites do conhecimento e explica resultados com clareza, sem apelar para o medo.
Veja se há consenso
Quando a maioria das instituições sérias e especialistas concorda sobre um tema, chamamos isso de consenso científico. Isso não significa que a ciência nunca mude de ideia, mas sim que, até o momento, todas as evidências apontam para a mesma direção.
Se um vídeo ou post contradiz o consenso sem apresentar estudos sólidos e replicáveis, provavelmente se trata de desinformação.
Analise a lógica
Muitas notícias falsas falham no teste mais simples: o bom senso.
Pergunte-se: essa explicação é coerente com o funcionamento do corpo humano? Existe um caminho biológico plausível para o que está sendo afirmado?
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Se a resposta for “não” ou se a explicação depender de teorias conspiratórias, é sinal de alerta.
Identifique possíveis interesses ocultos
Sempre questione: quem se beneficia se eu acreditar nisso?
Se a informação vem acompanhada da venda de um produto, curso ou consulta “exclusiva”, avalie se o interesse principal não é financeiro. Muitas vezes, o medo é usado como gatilho para convencer as pessoas a gastar dinheiro com soluções sem comprovação.
O que levar para a vida
Antes de compartilhar ou seguir qualquer recomendação de saúde, aplique esses seis passos. Essa simples checagem pode evitar prejuízos, proteger a sua saúde e ajudar a combater a onda de desinformação que circula na internet.
Informação de saúde é coisa séria — trate-a com o mesmo cuidado que você dedica ao seu corpo.