A dengue não tem hora para aparecer. A doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti merece atenção em qualquer época do ano, não apenas no verão. A infecção pode variar desde formas leves até quadros graves que, se não tratados corretamente, podem levar ao óbito.
Embora seja frequentemente associada aos períodos de maior calor e chuva, quando há proliferação do mosquito transmissor, a dengue pode ocorrer em qualquer época do ano. A prevenção continua sendo o melhor caminho, mas o reconhecimento precoce dos sintomas e a busca por atendimento médico no momento adequado são decisivos para reduzir complicações.
Fases da dengue
Compreender as fases da doença é essencial para identificar os sinais de alerta que indicam risco de evolução para formas graves:
Fase febril
A fase inicial, conhecida como fase febril, é marcada pelo surgimento súbito de febre alta, geralmente acima de 38,5 °C. Essa etapa dura de dois a sete dias e pode vir acompanhada de dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, náuseas, vômitos, diarreia e manchas vermelhas na pele.
A maioria dos pacientes se recupera nessa fase, sem apresentar complicações. No entanto, é importante não interromper o acompanhamento médico e manter a hidratação adequada, já que a evolução da doença pode ser imprevisível.
Fase crítica
Entre o quarto e o sétimo dia de sintomas, quando a febre começa a ceder, pode ocorrer a chamada fase crítica. Esse é o momento de maior atenção, pois muitos pacientes acreditam estar em recuperação, quando na verdade podem desenvolver complicações.
É nessa etapa que surgem os sinais de alarme, que devem ser reconhecidos como indicativos de risco de dengue grave. Entre eles estão:
- dor abdominal intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- tontura ou desmaios;
- diminuição da quantidade de urina;
- sonolência excessiva ou confusão mental;
- sangramentos, como de mucosas, gengivas, nariz ou presença de sangue nas fezes e urina.
Esses sintomas exigem procura imediata por atendimento médico, pois indicam risco de complicações potencialmente fatais.
Fase de recuperação
Nos pacientes que apresentaram manifestações críticas, a fase de recuperação geralmente tem início a partir do sétimo dia. O quadro clínico começa a melhorar, mas ainda podem ocorrer fraqueza e fadiga por algumas semanas, até a recuperação completa.
Em casos em que a doença compromete órgãos como o fígado, a recuperação pode ser mais lenta. É fundamental manter acompanhamento médico mesmo após a melhora inicial, principalmente em pacientes que apresentaram sinais de alarme.
Dengue grave
A forma conhecida anteriormente como dengue hemorrágica atualmente é chamada de dengue grave. Essa evolução é caracterizada pela presença de sinais de alarme, queda acentuada no número de plaquetas e risco de sangramentos importantes.
A dengue grave pode comprometer órgãos vitais, como fígado, coração e sistema nervoso central, aumentando o risco de óbito. Por isso, os primeiros dois dias após a melhora da febre são os mais críticos e exigem monitoramento constante.
Importância da informação e prevenção
A informação é uma ferramenta essencial no enfrentamento da dengue. Quanto mais a população conhece os sintomas e compreende as fases da doença, maiores são as chances de procurar atendimento médico a tempo e evitar desfechos graves.
Além disso, é fundamental lembrar que a prevenção contra o mosquito transmissor continua sendo a medida mais eficaz para reduzir a incidência da doença. A eliminação de focos de água parada, o uso de repelentes e a proteção contra picadas são estratégias indispensáveis, principalmente em períodos de maior circulação do vírus.
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A dengue é uma doença que exige vigilância constante. Mesmo quando os sintomas iniciais parecem simples ou comuns, não devem ser subestimados. O acompanhamento médico, a observação atenta dos sinais de alerta e a busca por atendimento imediato diante de sintomas graves são atitudes que salvam vidas.
O risco não está apenas no período de febre, mas principalmente nos dias seguintes à sua queda, quando pode ocorrer agravamento do quadro clínico. Assim, informação, prevenção e atenção à saúde formam o tripé essencial para enfrentar a dengue de maneira eficaz.