Saúde

Dependência tecnológica: como evitar o vício em telas na infância

Psicóloga alerta sobre riscos do uso excessivo de telas por crianças

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Criança dependência tecnológica
Imagem: Freepik/Reprodução

A tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia e com as crianças não seria diferente. Esta era digital pode trazer muitos benefícios, como o acesso à informação e a variedade de conteúdos.

Entretanto, com o aumento do tempo dedicado às telas, seja celular, computador ou televisão, um quadro preocupante na infância pode ser percebido: a dependência tecnológica.

Segundo a psicóloga Cassi Tardivo, o problema começa quando o principal companheiro da criança se torna a tela.

A dependência tecnológica é quando o indivíduo não consegue fazer outra atividade do cotidiano sem pegar no dispositivo ou estar assistindo algo. Ele está tão envolvido que não consegue se concentrar em outra coisa.

Psicóloga Cassi Tardivo

Este quadro pode trazer problemas para a saúde mental e física da criança, o que torna o monitoramento dos responsáveis ainda mais necessário.

Sinais da dependência tecnológica

A especialista explica que a dependência tecnológica é progressiva e alguns sinais podem ajudar a identificá-la. “Estes sinais são reflexos da dependência tanto em crianças quanto em adultos”, explica.

Alguns dos sinais são:

  • Falta de concentração;
  • Não conseguir diminuir o tempo de uso;
  • Mentir sobre o tempo de uso;
  • Ansiedade e irritabilidade;
  • Desconforto quando é separado do dispositivo;
  • Desejo de ver todas as notificações;
  • Perda de interesse em tudo;
  • Insônia e irritabilidade.

Como evitar a dependência e trazer equilíbrio

O tempo de tela geral está aumentando, principalmente no Brasil, segundo a pesquisa Digital 2023: Global Overview Report da DataReportal. O país ocupa a segunda colocação entre as nações que mais consomem telas, cerca de nove horas do dia.

Apesar disso, é possível evitar que as crianças caiam neste vício, mantendo uma relação saudável com a tecnologia. “O sucesso está no equilíbrio, independente da idade”, afirma Cassi Tardivo.

Segundo a psicóloga, o primeiro passo é o adulto entender a importância de dedicar um tempo para estar com a criança. Atividades em conjunto, tempo de qualidade e conversas sem estresse são essenciais para tornar a vida fora das telas mais atrativa.

“O adulto que não tem paciência ou tempo para estar com a criança, acha mais fácil deixá-la em frente às telas. Se torna cômodo ceder para a internet”, explica.

Uma rotina organizada, com horários definidos e compartilhados entre toda a família facilita o convívio.

Outro tópico importante é o tempo. De acordo com ela, o ideal é que o tempo máximo, somando todas as telas, não ultrapasse duas horas. “O tempo não é o único aspecto que deve ser observado, mas também não pode ser ignorado.”

Para Cassi, também é essencial que o adulto esteja atento ao tipo de conteúdo consumido. Estar atento faz com que o conteúdo consumido seja de qualidade e agregue de alguma forma ao desenvolvimento da criança.

Os pais precisam olhar para os conteúdos e estar atento às armadilhas e gatilhos. O próprio perfil do filho ajuda a entender o que pode ser mais adequado para o consumo.

Cassi Tardivo

O equilíbrio no uso das telas

A psicóloga estará em Vitória neste sábado (6) para a primeira edição da conferência “Como flechas – Mãos no presente, olhos no futuro”, promovida pela Primeira Igreja Batista de Jardim Camburi (PIBJC).

O evento, é voltado para pais, líderes e educadores e tratará sobre os desafios da infância. As inscrições ainda estão abertas e podem ser feita através do site.

Em sua palestra, Cassi abordará a importância do equilíbrio e do uso saudável das telas. Para ela, é essencial superar a ideia de que só se deve procurar ajuda quando não há mais alternativas.

“As pessoas tem uma falsa crença de que se deve procurar ajuda só quando estão no ‘fundo do poço’, mas nos primeiros sinais de problema, já se deve procurar ajuda. Além disso, também é possível trabalhar na prevenção e tornar o uso mais saudável desde o começo”, complementa.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.