Saúde

Desejos na gravidez, como de comer tijolo, têm fundamento. Entenda!

Alterações metabólicas e comportamentais influenciam as vontades da gestante; busca por nutrientes e querer 'comer tudo' leva a desejos bizarros

Desejos na gravidez, como de comer tijolo, têm fundamento. Entenda! Desejos na gravidez, como de comer tijolo, têm fundamento. Entenda! Desejos na gravidez, como de comer tijolo, têm fundamento. Entenda! Desejos na gravidez, como de comer tijolo, têm fundamento. Entenda!
Foto: Divulgação / Pexel
Desejos na gravidez podem ser variados e até considerados bizarros. 

Desejo de comer uma fruta no meio da noite, vontade de comer banana com ketchup ou o apetite incontrolável por um sabonete. Os desejos mais diversos e inusitados são possíveis durante uma gestação. Mas afinal, por que eles ocorrem?

“Durante a gravidez, a mulher sofre uma grande alteração hormonal, o que faz com que ocorra mudanças no pensamento e no comportamento, que pode se tornar infantilizado, no sentido de querer comer de tudo. Algumas glândulas também funcionam de maneira diferente. A tireoide se torna mais lenta, fazendo com que o corpo procure alimentos calóricos e açucarados para gerar ânimo no corpo. Já a glândula suprarrenal libera hormônios pré-testosterônicos e estrogênio para o fortalecimento fetal e reduz os níveis de cortisol, dando a vontade de alimentos com mais carboidratos e gorduras para dar essa força”, explica o ginecologista e obstetra Alberto d’Áuria, da Maternidade Pro Matre Paulista.

O ginecologista afirma que a mudança emocional que a mulher sofre nesse período faz com que ela queira mais atenção. “O desejo implica também um certo charme, que faz o parceiro ter mais cuidados para atender a essa vontade. Isso pode criar uma dinâmica que aproxima mais o casal e os torna mais felizes”, diz o médico.

Além das mudanças hormonais, na gravidez, as papilas da língua tendem a ficar hipertrofiadas para facilitar a detecção de alimentos que possam estar estragando. Com essa sensibilidade, a mulher acaba pedindo mais alimentos com sabor e fragrâncias marcantes, que estimulem as papilas gustativas e a produção de saliva, como o limão, o café e a pimenta vermelha.

Esse estímulo de produção de saliva e para equilibrar o pH e a acidez da boca, junto das alterações comportamentais estariam associadas também a desejos mais bizarros, como a vontade de comer tijolo, terra ou cinzas. “Esses desejos estão relacionados também àqueles comportamentos infantilescos, como no primeiro ano de vida, em que a criança está percebendo texturas”, explica d’Áuria.

Existe também a relação com falta de alguns nutrientes que podem dar essas sensações. Na gravidez, o corpo demanda uma maior quantidade de minerais e, caso a mulher não os reponha, o cérebro pode gerar esses desejos como um sinal para que as vitaminas sejam restituídas. “Durante a gestação, a parte sensorial fica mais atenta, então pode ser que a necessidade, por mais discreta que seja, se associada à questão hormonal, gere esse tipo de sintoma”, completa o médico.

O ginecologista afirma que alguns desejos, se cumpridos, podem também refletir nos gostos do feto. “Tudo o que a gestante consome cai na corrente sanguínea e o feto sente. Todos os comportamentos gestacionais desencadeiam comportamentos celulares do feto, sejam de estresse ou digestão”, afirma d’Áuria. Dessa maneira, se uma gestante tem um determinado desejo neste período e o consome, por exemplo, a criança, no futuro, pode gostar ou não daquilo.

O médico diz que não há regra para que os desejos apareçam ou não. Nos primeiros meses, devido à grande quantidade de hormônios, costumam aparecer os enjoos e também as vontades por substâncias que acelerem o esvaziamento do estômago, como gelo e sorvete. Entretanto, não existe um padrão para preferência ou para aparecimento das vontades.

O ginecologista afirma também que não há problema em não atender o desejo da grávida e que isso, diferentemente da crença popular, não fará a criança nascer com a “cara” do alimento ou com uma mancha em seu formato. 

Via: Portal R7