Saúde

Detox de vermes: especialistas alertam para uso de remédios sem necessidade

Especialistas apontam que não há evidências científicas que comprovem a eficácia do “detox de vermes”

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Vermes
Imagem: Canva

Você já ouviu falar no “detox de vermes”? O uso periódico de remédios ou tratamentos alternativos com o objetivo de eliminar verminoses é visto por algumas pessoas como essencial e, recentemente, tem ganhado força nas redes sociais.

Mas especialistas alertam: usar vermífugos com frequência, sem diagnóstico ou indicação, pode causar efeitos negativos para a saúde.

O que são verminoses?

As verminoses são infestações causadas por vermes, geralmente — mas não exclusivamente — no intestino. De acordo com a infectologista da Unimed Sul Capixaba, Luiza Morandi, são mais comuns em crianças e os tipos mais recorrentes são::

  • Lombrigas (Ascaris lumbricoides);
  • Ancilostomídeos (causadores da doença conhecida como amarelão);
  • Oxiúros (Enterobius vermicularis);
  • Tênias (parasitas que podem ser contraídos por ingestão de carne mal cozida).

Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal, diarreia, cansaço excessivo, perda de peso, coceira anal (especialmente em crianças), e até problemas respiratórios ou intestinais mais graves, dependendo do tipo de verme.

Infectologista Luiza Morandi

Já o infectologista do Hospital São José e professor do Unesc, Eduardo Pandini, destaca que o diagnostico é feito, na maioria das vezes por meio do exame de fezes. Ele ainda destaca que não é recomendado investigar ou tratar verminoses se não houver sintomas.

“Só com o diagnóstico específico o médico prescreve uma medicação adequada para tratar aquela verminose identificada”, afirma.

Por que o “detox de vermes” não é indicado?

Os especialistas apontam que não há evidências científicas que comprovem a eficácia de métodos alternativos ou tratamentos de “detox de vermes”.

Pandini ainda reforça que não há necessidade de pessoas assintomáticas ingiram medicações contra vermes periodicamente, uma vez por ano, por exemplo. Uma prática relativamente comum e considerada necessária por muitos pacientes.

“Além do tratamento que não funciona, existem os riscos de efeitos colaterais no caso da ingestão de doses elevadas e contínuas de alguns medicamentos. Algumas vezes, sintomas atribuídos a uma suposta verminose podem ser na verdade causados por outras doenças intestinais, e insistir em ‘detox’ pode atrasar o diagnóstico e o tratamento”, explica.

De acordo com Luiza Morandi, o uso indiscriminado de medicamentos para verminose ou de tratamentos alternativos podem causar efeitos colaterais indesejados, como náuseas, dor abdominal, diarreia, ou até intoxicações.

Como prevenir as verminoses

Ainda segundo Morandi, as verminoses são contraídas pela ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos de vermes, ou pelo contato com fezes infectadas. “No Brasil, áreas com deficiência de saneamento e baixa escolaridade apresentam maior prevalência dessas infecções”, destaca.

A prevenção das verminoses envolve hábitos como:

  • Lavar as mãos antes de comer e depois de usar o banheiro;
  • Higienizar os alimentos para consumo;
  • Beber apenas água filtrada ou fervida;
  • Evitar caminhar descalço.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.