Receber uma boa notícia, rir de uma piada ou estar entre pessoas queridas. Pequenas alegrias diárias têm um impacto maior do que muita gente imagina e que vai além de tornar a rotina mais feliz.
O dia 8 de julho é considerado Dia Mundial da Alegria, um sentimento que, segundo a psicóloga Lívia Flores, é apontado pela ciência como essencial para a saúde mental e física.
Diversos estudos nas áreas da neurociência, psicologia positiva e psiquiatria comprovam que sentir-se alegre, regularmente, pode melhorar significativamente a qualidade de vida, prevenir doenças e até impactar na longevidade.
Segundo a especialista, embora muitas vezes vista como uma emoção efêmera, a alegria impacta diretamente e de forma positiva diversos processos do corpo humano.
O impacto da alegria no cérebro
Quando o assunto é se sentir feliz, o cérebro é uma das partes do corpo humano mais afetadas. De acordo com Lívia Flores, a alegria é uma das responsáveis pelo fenômeno da neuroplasticidade.
“As emoções positivas ativam uma área chamada córtex pré-frontal esquerdo, que está ligada ao bem-estar, à tomada de boas decisões e até à motivação. Viver momentos de alegria com frequência torna o cérebro mais flexível, mais forte e mais preparado para lidar com os desafios. É o que os cientistas definem como neuroplasticidade”, pontua.
Além disso, ela afirma que emoções positivas aumentam a produção de dopamina e de serotonina, neurotransmissores do prazer e da felicidade, que agem como analgésicos e tranquilizantes naturais.
Benefícios até para as amígdalas
E os benefícios para a vida não param por aí. A alegria ainda pode diminuir a atividade das amigdalas, responsáveis pelo processamento das emoções como medo, raiva e ansiedade.
“As amígdalas são duas estruturas em formato de amêndoa, localizadas dentro dos lobos temporais de cada hemisfério do cérebro. Elas fazem parte do sistema límbico, sendo responsáveis pelo processamento das emoções como medo, raiva e ansiedade”, explica.
Portanto, Lívia ressalta que estar alegre contribui não só para o bem-estar, mas também para a nossa resposta ao estresse melhora.
Mas afinal, o que é alegria?
Apesar dos diversos benefícios, muitas vezes a dúvida sobre o que é alegria pode aparecer. Alexandre Vieira Brito, psicólogo e professor do Unesc, explica que a alegria não é o oposto nem a negação da tristeza, mas é um modo de resistência contra tudo que tenta deixar a vida pequena, constrangida e subordinada.
“Rir é um modo poderoso de se enfrentar todas as forças que querem diminuir sua alegria de viver. É um modo de expressar e celebrar quem sempre há a possibilidade da alegria em meio a tanto sofrimento”, completa.