Saúde

Diabetes: é possível ter qualidade de vida após o diagnóstico?

Uma boa alimentação, praticar exercícios físicos e ter acompanhamento especializado ajudam a manter a qualidade de vida após o diabetes

Diabetes
Foto: Freepik

Receber o diagnóstico de diabetes pode ser assustador. Imaginar as mudanças na rotina, cuidados com a saúde e os sintomas permanentes faz com que, muitas vezes, os pacientes acreditem que não será possível ter a mesma qualidade de vida após a descoberta da doença.

Apesar de ser um pensamento comum, essa não é a realidade de quem convive com o diabetes. Segundo especialistas, com o tempo e algumas adaptações é possível aprender a se cuidar, sem viver em função da doença.

O papel da alimentação no controle do diabetes

A sociedade brasileira de endocrinologia descreve o diabetes como uma doença crônica caracterizada pela elevação da glicose do sangue e está associada a um defeito na produção da insulina, pelo pâncreas, ou no uso do hormônio pelo corpo.

Além da medicação e acompanhamento médico, específico para cada tipo de diabetes, a alimentação é um dos pilares fundamentais para o controle dos sintomas. Isso por que, segundo o endocrinologista da Bluzz Saúde, Maurício Dall’Orto, os alimentos estão diretamente relacionados aos nossos níveis de glicose.

O que a gente come influencia diretamente na glicose. Comer bem ajuda a manter tudo mais estável e evita oscilações que, com o tempo, podem prejudicar o corpo. O acompanhamento com nutricionista pode ser divisor de águas no início do tratamento.

Os alimentos não são os vilões

Fernanda Duarte nutricionista, ainda afirma que, após o diagnóstico, é essencial fazer adaptações na alimentação, mas sem culpar os alimentos. É preciso ter cuidado na hora de montar o novo cardápio.

“Os carboidratos, por exemplo, são a principal fonte de energia do corpo e não devem ser totalmente eliminados. O ideal é escolher fontes de carboidratos de melhor qualidade, como integrais, legumes e frutas, e controlar as quantidades conforme a orientação nutricional”, explicou a nutricionista da Bluzz Saúde.

Doces e frutas, que podem se tornar temidos após o diagnóstico, na verdade, não precisam ser totalmente cortados da rotina. Segundo a especialista, em ambos os casos, é importante ter controle na hora do consumo.

“Os doces não estão totalmente proibidos, mas o consumo deve ser eventual e moderado e, de preferência, associado a refeições equilibradas para evitar picos de glicose. Já as frutas com menor índice glicêmico, como maçã, pera, morango, ameixa e abacate, são mais indicadas”, completou.

Sobre os sucos, Fernanda Duarte explica que o ideal é evitar, pois elevam rapidamente a glicose.

Qual a dieta correta para quem tem diabetes?

Os especialistas reforçam que há tipos diferentes de diabetes e que o tratamento também varia de acordo com o paciente. Entretanto, há algumas escolhas na hora das refeições que fazem a diferença.

Alguns alimentos que ajudam no controle da glicemia são:

  • Legumes e verduras (ricos em fibras);
  • Frutas com baixo índice glicêmico (como morango, maçã, pera);
  • Grãos integrais (aveia, arroz integral, quinoa);
  • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico);
  • Oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas);
  • Alimentos fontes de proteínas magras (ovos, peixes, frango).

Mas a nutricionista Fernanda Duarte faz um alerta: o jejum intermitente não é positivo para pacientes de diabetes. “O jejum intermitente não é recomendado principalmente para quem faz uso de medicamentos ou insulina, pois pode aumentar o risco de hipoglicemia”, completou.

Segundo ela, o ideal é fazer refeições regulares, sem longos intervalos, e distribuir os carboidratos ao longo do dia. Já o café da manhã, almoço, jantar e pequenos lanches intermediários podem ser planejados conforme a rotina do paciente.

O papel dos exercícios físicos

Treino/Foto: Freepik

Mas não é só a alimentação que merece atenção após o diagnóstico. Maurício Dall’Orto reforça que os exercícios físicos também são muito importantes para a qualidade de vida do paciente.

“Caminhar, pedalar, fazer musculação! Tudo isso ajuda o corpo a usar melhor a glicose. Não precisa fazer algo pesado, o importante é se movimentar com frequência mantida”, afirmou o endocrinologista.

Para ele, a atividade física, a alimentação balanceada e a medicação correta andam juntos e garantem que o paciente siga a vida normalmente, mesmo com o diabetes.

Quem se cuida vive e envelhece com saúde

Ambos os especialistas afirmam: é possível ter qualidade de vida após o diagnóstico. Ainda que descobrir o diabetes seja um momento complicado, entender a doença ajuda a lidar com as mudanças que ela provoca.

“Quem se cuida vive bem, faz planos, envelhece com saúde. O diabetes não impede isso, mas exige atenção e constância”, completou Dall’Orto.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.