Saúde

Do 1º caso à homenagem: a jornada de uma enfermeira capixaba na pandemia

Patrícia Azevedo relembra momentos marcantes da pandemia, destaca a força da enfermagem e será homenageada no dia 8 de maio, na Câmara de Vitória

(Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
(Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Era março de 2020. Enquanto o mundo parava diante de um vírus ainda desconhecido, a enfermeira Patrícia Azevedo vestia o macacão, calçava as luvas e subia na ambulância do Samu, em Vitória. Ao lado do médico Marcos Mantelmacher e do condutor André Tonolli, ela participou da primeira remoção de um paciente com suspeita de covid-19 no Espírito Santo.

Na linha de frente desde o início, Patrícia viveu de perto o drama da pandemia. Além do atendimento pré-hospitalar, também atuou na montagem da primeira enfermaria pediátrica para covid-19 do Hospital Infantil de Vitória, onde presenciou perdas marcantes, inclusive de crianças com câncer.

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Enfermeira revela que covid mudou forma de encarar profissão

Em entrevista ao Folha Vitória, a enfermeira capixaba contou como tudo o que viveu mudou sua forma de encarar a profissão:

“Viver a pandemia intensamente me fez entender o valor da vida e o quanto os profissionais da enfermagem são essenciais para o cuidado direto ao paciente. Estávamos ali 24h ao lado, cuidando da entrada à alta ou à morte”.

Hoje, cinco anos depois, ela continua na ativa. Atua no Samu 192 e também na coordenação de enfermagem de uma UPA em Vila Velha. A experiência da pandemia, segundo ela, transformou seu olhar:

Se um dia achei que fazia o melhor, hoje procuro fazer mais, amanhã mais e no outro dia mais. Porque todo paciente é o amor de alguém: de um filho, de uma mãe, de um pai…

Homenagem na Câmara de Vitória

Por toda sua trajetória de coragem, entrega e humanidade, Patrícia será homenageada no próximo dia 8 de maio, em uma sessão solene na Câmara Municipal de Vitória, em celebração ao Dia da Enfermagem, proposta pelo vereador Bruno Malias.

Questionada sobre os aprendizados do sistema de saúde, Patrícia acredita que a pandemia escancarou a necessidade de melhorias:

“Nunca estaremos preparados em tudo para algo tão desafiador. Mas isso tudo se fez necessário para entender que cada dia o sistema e nossa categoria precisam de qualificação, valorização e profissionais competentes para atender a população com dignidade”.

Ela também deixa uma mensagem para os novos profissionais da saúde:

“Façam tudo com amor. Eu sempre digo isso à equipe que eu coordeno: façam como se estivessem atendendo vocês mesmos. Dedicação, carinho, amor e empatia. Sem isso não tem como trabalhar na enfermagem, porque a arte de cuidar é um dom”.

(Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Maior legado da pandemia: valorização da vida

Para Patrícia, o maior legado da pandemia é a valorização da vida e dos profissionais que cuidam:

“A Covid não escolheu lugar, raça, classe social… Naquela época não existia nenhuma distinção entre nós, todos estávamos sujeitos a adoecer e necessitar de cuidados. A dúvida sempre era: será que vou sobreviver?”

Kayra Miranda, repórter do Folha Vitória
Kayra Miranda

Repórter

Jornalista pelo Centro Universitário Faesa.

Jornalista pelo Centro Universitário Faesa.