
As baixas temperaturas do inverno não afetam somente o sistema respiratório ou a saúde mental. Segundo o Ministério da Saúde, há um aumento de até 30% nos atendimentos por doenças cardíacas durante os meses mais frios do ano.
Infartos agudos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC) se tornam mais comuns durante a estação, exigindo mais cuidado com a saúde do coração.
A relação entre o frio e doenças cardíacas
Com o frio o corpo promove a vasoconstrição periférica, que é o estreitamento dos vasos sanguíneos da pele e extremidades. Mas, apesar de buscar a preservação da circulação nos órgãos vitais, de acordo com o cardiologista André Cogo Dalmaschio, essa adaptação fisiológica pode ser perigosa para o coração.
O frio provoca a contração dos vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial e o esforço do coração. Em pessoas que já têm fatores de risco, como hipertensão, colesterol elevado ou diabetes, a contração dos vasos sanguíneos pode ser o gatilho para um infarto ou um AVC.
O coordenador do Serviço de Cardiologia e Hemodinâmica do Hospital Santa Rita, Renato Serpa, ainda explica que, quando o frio chega, o corpo se torna menos tolerante ao esforço. “A redução na tolerância do corpo pode agravar condições como insuficiência cardíaca, angina e arritmias”, completou.
Sinais de risco
A boa notícia é que o corpo dá sinais de que algo não vai bem. Segundo os especialistas, é importante estar atento a sintomas como:
- Dor no peito;
- Falta de ar;
- Palpitações;
- Tontura;
- Desmaio;
- Sudorese fria;
- Formigamento nos braços;
- Dor de cabeça súbita;
- Paralisia de algum lado do corpo;
- Alteração da fala.
Mas é importante estar atento já que alguns dos sintomas, como a fadiga e as dores torácicas, podem ser atribuídos ao clima frio.
“Muitas vezes, a dor no peito ou o mal-estar típico de um infarto é confundido com desconfortos comuns dessa época do ano. Por isso, é fundamental estar atento e buscar ajuda médica ao menor sinal de alerta”, destaca Dalmaschio.
Cuidados com o coração durante o inverno
Para reduzir os riscos, os especialistas recomendam medidas simples, como usar roupas que protejam da exposição ao frio, visitar periodicamente o cardiologista e controlar a pressão arterial taxas de glicemia com mais rigor.
Além disso, é essencial manter a vacinação contra a gripe e a pneumonia em dia, já que infecções respiratórias podem desencadear doenças cardíacas.
“É preciso cuidado ao praticar atividade física, aquecendo o corpo antes e, claro, fazer sob orientação médica. Assim como todas as doenças, manter uma alimentação equilibrada e a ingestão de água ajudam a atravessar a estação com mais segurança”, finaliza Renato Serpa.