Imagem: Canva/Reprodução
Imagem: Canva/Reprodução

Aos 38 anos, grávida de gêmeos, a ex-BBB, Paulinha Leite, compartilhou em suas redes sociais os desafios do seu tratamento de Fertilização In Vitro (FIV) e como a aneuploidia impactou as tentativas de engravidar. Mas o que é aneuploidia?

A aneuploidia é uma alteração no número de cromossomos de um embrião. Em vez de possuir os 46 cromossomos distribuídos em 23 pares, como é esperado em um embrião saudável, um embrião aneuploide apresenta cromossomos a mais ou a menos.

Essa condição pode levar à falha na implantação do embrião no útero, abortos espontâneos ou ao nascimento de uma criança com síndromes genéticas, como a Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), Síndrome de Edwards (trissomia do 18) ou Síndrome de Patau (trissomia do 13), entre outras.

Análise genética na FIV

Durante o tratamento de FIV, é possível realizar uma análise genética dos embriões antes da transferência para o útero, por meio do teste chamado PGT-A (teste genético pré-implantacional para aneuploidias). Esse exame permite identificar quais embriões são euploides, ou seja, possuem a quantidade correta de cromossomos, e quais são aneuploides, com alguma alteração numérica cromossômica.

Embriões euploides são os que têm maior chance de resultar em uma gravidez bem-sucedida, com menor risco de aborto e maior taxa de implantação. Já os embriões aneuploides, mesmo que aparentemente saudáveis ao microscópio, têm menor potencial de desenvolvimento e maior chance de resultar em falhas no tratamento.

A frequência de embriões aneuploides aumenta com a idade da mulher, especialmente após os 35 anos. Por isso, pacientes como Paulinha, que iniciam o processo de FIV em uma faixa etária mais avançada, frequentemente se deparam com esse desafio.

A identificação e a escolha de embriões euploides são, atualmente, um dos grandes avanços da medicina reprodutiva. Essa seleção cuidadosa contribui para aumentar as taxas de sucesso dos tratamentos e reduzir os riscos associados à gravidez.

Ainda assim, é importante lembrar que nem todos os casos exigem o PGT-A, e a decisão sobre utilizá-lo deve ser feita em conjunto com o médico especialista, considerando a história clínica, a idade da paciente, o número de embriões disponíveis e outros fatores.

Uma experiência compartilhada

A jornada de Paulinha Leite é semelhante à de muitas mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar e buscam na reprodução assistida uma alternativa para realizar o sonho da maternidade.

LEIA TAMBÉM | Síndrome do Pôr do Sol: como lidar com esse desafio no Alzheimer

Ao falar abertamente sobre aneuploidia e FIV, ela contribui para a desmistificação do tema e ajuda outras mulheres a se informarem e buscarem apoio especializado para tomar decisões conscientes em cada etapa do processo.

Dra. Layza Merizio Borges

Colunista

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva