Os casos recentes de intoxicação por metanol têm gerado preocupações em todo o Brasil. Na última atualização feita pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (8), 24 casos foram confirmados e outros 235 casos estavam em investigação no país.
Até o momento, o Espírito Santo não teve casos confirmados, mas já registrou 13 notificações de suspeita. Por se tratar de um quadro de saúde perigoso, os hospitais do Estado adotaram protocolos para lidar com os possíveis casos, seguindo orientações do Ministério.
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Segundo o secretário estadual de saúde, Tyago Hoffmann, quando um paciente apresenta suspeita de intoxicação, ele é submetido a exames para comprovar ou descartar a presença de metanol no organismo.
O secretário explica que os resultados são importantes para o início do tratamento, já que os sintomas podem estar sendo causados por outras intoxicações ou doenças.
Os casos suspeitos são avaliados e esse paciente internado fica em observação do estado clínico, por no mínimo 24h, até se constatar com base nos exames se há algum tipo de intoxicação ou não e qual é o tipo de intoxicação. A partir disso, a equipe médica vai tomar as medidas necessárias para o tratamento
Tyago Hoffmann, secretário estadual de saúde
Ainda de acordo com Hoffmann, os exames para determinar intoxicação por metanol têm sido prioridade para o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES). Em alguns casos, a Polícia Técno-científica tem atuado na análise das amostras.
Para agilizar o atendimento, o Estado determinou que os exames de detecção de metanol sejam liberados em até 24 horas, já que o tratamento precoce é essencial em casos de intoxicação.
“O Estado repassou a todos os serviços de saúde, públicos ou privados, o protocolo para lidar com intoxicação por metanol. Casos suspeitos são notificados assim que o paciente der entrada e as amostras são analisadas com o menor prazo possível”, explicou.
Disponibilidade de tratamento
Na última sexta-feira (03) a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) anunciou que daria início à compra emergencial de 4.800 ampolas do medicamento antídoto ao metanol, o álcool absoluto estéril, popularmente conhecido por “etanol farmacêutico”.
Segundo a secretaria, o antídoto se somava ao estoque já existente no CIATox-ES, além do envio a ser feito pelo Ministério da Saúde e de outro processo de compra da Sesa, por pregão, já em andamento.
“Temos uma quantidade do antídoto disponível no CIATox-ES e já iniciamos um processo de compra de 4.800 ampolas. Também temos pregão que já estava em andamento e há também a possibilidade de o Ministério da Saúde enviar doses importadas do Japão”, afirmou Orlei Cardoso, subsecretário de Vigilância em Saúde.
De acordo com Tyago Hoffman, mesmo que o Espírito Santo apresente novos casos, o Estado está preparado para atender os pacientes e disponibilizar o tratamento necessário.
“A nossa rede já está com seus protocolos montados, ou seja, os profissionais da área da saúde já sabem o que precisam fazer dentro dos hospitais. Além disso, nós também compramos os antídotos para que estejamos preparados caso seja necessário”, complementou.
Notificações no ES
Até o momento, o Espírito Santo registrou 13 notificações de suspeita de intoxicação por metanol. 12 já foram descartadas e um caso, em Marataízes, Sul do Estado, segue sob investigação.
Os municípios que já fizeram notificações são: Colatina, Guaçuí, Serra, Viana, Vila Velha, Cariacica, Marataízes e Vitória.
Sesa orienta que população esteja alerta
O metanol é um álcool altamente tóxico e impróprio para consumo humano. A Sesa orienta que a população fique atenta a sintomas como tontura, náusea, vômitos, visão embaçada e dificuldade de respirar após ingestão de bebidas alcoólicas.
Em caso de suspeita de intoxicação, a pessoa deve procurar o serviço de saúde de urgência como Pronto-Atendimento(PA) ou Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) mais próximo e siga as orientações dos profissionais de saúde.
A população pode se informar ainda com a equipe do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Espírito Santo (CIATox-ES), que está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, com ligação gratuita pelo número 0800 283 9904.
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.
