Saúde

Estresse aumenta em até seis vezes chance de desenvolver bruxismo. Entenda

O aumento do tempo na frente das telas dos dispositivos eletrônicos, principalmente durante a noite pode ter influência na qualidade do sono e consequentemente contribuir para os episódios de bruxismo

Estresse aumenta em até seis vezes chance de desenvolver bruxismo. Entenda Estresse aumenta em até seis vezes chance de desenvolver bruxismo. Entenda Estresse aumenta em até seis vezes chance de desenvolver bruxismo. Entenda Estresse aumenta em até seis vezes chance de desenvolver bruxismo. Entenda
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A pandemia da covid-19 tem afetado as pessoas das mais diversas formas. Quadros de ansiedade e estresse têm se tornado cada vez mais comuns e frequentes, o que muita gente não sabe é que esses problemas desencadeiam episódios de bruxismo. 

“Pacientes com altos níveis de stress aparecem nos estudos com seis vezes mais probabilidade de relatar o bruxismo em vigília. Essa contração muscular pode ser parte do comportamento de defesa associado à ansiedade e ao estresse” explicou Ana Luíza Leal, dentista especializada em cirurgia bucomaxilofacial e mestre em disfunção temporomandibula.

Ainda segundo a especialista, durante a pandemia, o aumento do tempo na frente das telas dos dispositivos eletrônicos, principalmente durante a noite pode ter influência na qualidade do sono e consequentemente contribuir para os episódios de bruxismo. 

“Além disso o aumento do consumo de bebidas alcoólicas com episódios de ronco e apnéia do sono, distúrbios respiratórios durante o sono, agravo das condições de refluxo gastroesofágico está muito relacionado com a ocorrência do bruxismo do sono”, explicou.

Mas afinal, o que é bruxismo?

Ana Luísa explicou que o bruxismo é uma atividade parafuncional dos músculos da mastigação, ou seja, é a ativação dessa musculatura em momentos onde não estamos mastigando ou falando.

Ele pode acontecer durante o dia, sendo chamado de Bruxismo em Vigília, ou durante o sono, o Bruxismo do Sono.

“O bruxismo possui diferentes apresentações, podendo se caracterizar como um apertamento forte dos dentes, o ranger dos dentes ( ambas as apresentações mais conhecidas). Mas também pode haver a tensão da musculatura da mastigação sem que haja o contato dentário, apenas tensionando a mandíbula – com o uso das mascaras isso se tornou muito frequente”, disse. 

Ainda segundo a dentista, “o próprio contato dentário já ativa a musculatura da mastigação, portanto nossa posição ideal de repouso seria com os dentes ligeiramente afastados e com a musculatura da face relaxada”.

Ana Luísa respondeu as pricipais dúvidas sobre o bruxismo e sua relação com a pandemia do novo coronavírus. Veja abaixo:

Quais as consequências dos episódios de bruxismo?

Dependendo da apresentação, frequência e intensidade do bruxismo, essa função exacerbada pode gerar desgastes e fraturas dentárias, dor ou sensação de cansaço na região da mandíbula, dores de cabeça na região das têmporas, dor e estalos na ATM (articulação próxima ao ouvido). As consequências variam de acordo com a capacidade individual de adaptação a essa sobrecarga aplicada.

Qual o perfil das pessoas que mais sofrem com o problema?

A ansiedade sem dúvidas é uma característica de alta prevalência nos pacientes com bruxismo em vigília. Além disso, atividades de trabalho que geram estresse e demandam muitas horas na frente das telas, também podem desencadear essa parafunção.

Temos outros tipos de condições sistêmicas que geram pré disposição ao bruxismo do sono: refluxo gastroesofágico, apnéia do sono, consumo exacerbado de cafeína, por exemplo. Pacientes que fazem uso de determinadas classes de antidepressivos (inibidores da recaptação de serotononina e noradrenalina) também possuem uma risco aumentado no desenvolvimento do bruxismo.

O que fazer para amenizar o problema e quando procurar um tratamento?

A identificação da condição pela própria percepção já é o início do controle da mesma. No caso do bruxismo em vigília existem alguns aplicativos para smartphone que ajudam a perceber e controlar o hábito. Em alguns casos, onde o paciente não consegue o controle por essas ferramentas simples, a Terapia Cognitivo Comportamental é indicada.

O Bruxismo do Sono é amenizado pelo controle dos fatores primários sistêmicos citados anteriormente. Uma placa estabilizadora, própria para o bruxismo pode ser utilizada para amenizar os efeitos deletérios.

De qualquer forma, se o paciente percebe que realiza esses hábitos, deve procurar um especialista em DTM e Dor Orofacial para avaliação. O bruxismo muitas vezes é um sinal de um problema sistêmico e deve ser investigado.