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Foto: Canva

Um estudo inédito divulgado pela Rede Abraço e Polícia Científica revela como o álcool e as drogas influenciam as mortes violentas no Espírito Santo. A pesquisa analisa os tipos de mortes, as substâncias encontradas e o perfil das vítimas.

A pesquisa Painel Pericial de Substâncias Psicoativas do Espírito Santo (Paspes) analisou 7.573 casos examinados pelo Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, entre 2013 e 2023, e apontou que mais da metade das vítimas (51,06%) tinha alguma substância psicoativa no organismo no momento da morte. O álcool foi a principal, seguido de cocaína e maconha.

Entre as ocorrências, um terço foi de homicídios, mas as mortes no trânsito também chamaram atenção: 42% dos casos (1106) estavam sob efeito de substância química, segundo aponta Mariana Dadalto, chefe do Laboratório de Toxicologia Forense (LABTOX).

“Esses dados são muito impactantes, pois a pessoa está assumindo o risco de dirigir embriagado ou sob influência de drogas”, afirma.

O incidente classificado como homicídio foi registrado em um terço (33%) dos casos do painel. O perfil mais prevalente entre as vítimas são homens pardos, com idade entre 18 e 29 anos. A substância mais detectada foi a cocaína (32,7% dos casos) seguida de álcool (30,8%).

Em todas as ocorrências houve prevalência do sexo masculino, com exceção dos casos de intoxicação exógena (quando uma pessoa fica doente porque entrou em contato com algo tóxico que veio de fora do corpo), mais comum em casos de suicídio de mulheres.

Nesses casos, as principais substâncias detectadas foram os benzodiazepínicos, que são uma classe de medicamentos que inclui ansiolíticos, sedativos, relaxantes musculares e remédios usados para dormir.

O estudo reúne dados sobre a presença de álcool, drogas, medicamentos e agrotóxicos em vítimas de mortes por causas externas em 11 municípios do Estado: Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana, Vila Velha, Vitória, Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Ibiraçu.

Empresário relata consequências do vício

Maks Sérgio Eicieri Nunes, empresário de 43 anos, começou a usar drogas ainda na infância. Ao longo da vida, sentiu na pele as consequências do vício.

Durante esses 10 anos, eu tive 12 perdas totais de carro, sofri 4 acidentes feios de moto, já quebrei muitas partes do corpo, tive 8 derrames e respondi a 25 processos em 4 Eetados diferentes.

Maks Sérgio Eicieri Nunes, empresário

Faz 11 anos que ele superou a dependência e, atualmente, ajuda outras pessoas que sofrem desse problema, desenvolvendo projetos sociais para dependentes químicos. Além disso, Marks afirma que sabe o sofrimento que ele e a família dele passaram.

Dados para diagnóstico e políticas públicas

A elaboração de políticas públicas eficientes é fundamental para o desafio que é a superação do vício. Para isso, é importante conhecer a realidade do Estado.

O subsecretário de Estado de Políticas Sobre Drogas e coordenador do programa Rede Abraço, Carlos Lopes, fala da importância da análise para a criação de políticas públicas.

Isso vai produzir evidências e é a partir delas que nós teremos um diagnóstico mais preciso e mais aprofundado dessa realidade. Com ele, a gente consegue reformular políticas públicas mais adequadas para enfrentar a realidade que se apresenta.

Carlos Lopes, coordenador do programa Rede Abraço

O painel está disponível na internet para consulta.

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record

Redação Folha Vitória

Equipe de Jornalismo

Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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