Saúde

Estudos mostram que casos de bruxismo aumentaram na pandemia

Mestre e professor em reabilitação oral, Victor Padilha explica que é preciso ficar atento a fortes dores de cabeça ou enxaqueca, desgastes nos dentes e pequenas rachaduras

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Foto: Divulgação

Pesquisas apontam que o estresse decorrente da pandemia de Covid-19 pode favorecer o aparecimento de casos de bruxismo. Um estudo publicado pelo Journal of Clinical Medicine, por exemplo, entrevistou 1,8 mil habitantes de Israel e Polônia, concluindo que pioras no bem-estar mental desencadeadas pela pandemia foram associadas a um agravamento dos sintomas do bruxismo. 

E mais: uma pesquisa, ainda em andamento no Brasil, da PUC-RS, vem trazendo resultados semelhantes: a pandemia teria mais do que triplicado os casos de bruxismo, indo de 8% para 28%. A explicação é que estresses e ansiedades aumentam o impacto de casos nos consultórios.

Entenda o que é o bruxismo

Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Mestre e professor em reabilitação oral, Victor Padilha explica que o bruxismo é caracterizado por uma disfunção que causa o ranger ou apertar dos dentes tanto em adulto quanto em criança. 

“E pode ocasionar lesões dentárias permanentes caso não seja tratado. Os principais motivos que podem ocasionar o bruxismo são estresse, ansiedade, transtorno do sono e ociosidade”, conta.

Mas, afinal quando detectar que de fato, e bruxismo, e não um ranger isolado?

“O paciente deverá ficar em alerta quando possíveis sintomas e hábitos forem frequentes. Como apertar o dente involuntariamente, sentir fortes dores de cabeça ou enxaqueca, desgastes nos dentes e sensibilidade dentária, significa que possivelmente ele se enquadra em um caso de bruxismo. Neste caso somente um profissional qualificado poderá ajudá-lo”, explica Padilha.

Veja quais são os riscos do bruxismo:

– dores no músculo da face;

– prejuízos à mastigação;

– desgastes dentários;

– dores na boca; 

– problemas que envolvam o funcionamento da articulação temporomandibular, conhecida como ATM, que é a articulação que liga a mandíbula ao crânio;

“Em um primeiro momento, o profissional precisa fazer uma avaliação clínica no sentido de detectar de onde está partindo essa disfunção. E isso será feito por meio de exames clínicos verificando tensionamento dos músculos, movimentos de lateralidade e possíveis estalos de ATM e em alguns casos é necessário solicitar exames tomográficos. Com um detalhe: o bruxismo até o momento não tem cura. São utilizadas técnicas a fim de minimizar os sintomas, são elas: utilização de placas miorrelaxantes de uso noturno ou diurno, aplicação de toxina botulínica, mudanças comportamentais e em alguns casos indicação medicamentosa”, completa.

Padilha, que também é especialista em tecnologia em odontologia, acrescenta ainda que há uma técnica moderna, o scanner 3D, um equipamento que permite diagnosticar pequenos desgastes e fraturas do esmalte dental.