Vida Saudável

Exames laboratoriais e o papel do paciente nos resultados precisos

Os exames laboratoriais são essenciais para o diagnóstico de diversas doenças, mas eles podem falhar. Entenda seu papel para resultados precisos

Exames laboratoriais
Foto: Freepik

Hoje, muitos fatores fazem o paciente escolher um determinado laboratório para realizar os seus exames. Entre eles podemos destacar:

  • Indicação médica;
  • Experiência em visitas anteriores;
  • Laboratórios que lhe inspiram confiança;
  • Laboratórios com certificações (documento que atesta a qualidade dos processos);
  • Laboratórios que oferecem praticidade e proximidade da sua casa.

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Mas o que precisamos nos atentar é para o fato de que mesmo o melhor laboratório, com muitas certificações e parque técnico impecável, por exemplo, infelizmente pode produzir exames inconsistentes.

Exames laboratoriais podem falhar

Os exames são realizados em 3 fases, a fase pré-analítica, a analítica e a pós analítica sendo a primeira extremamente importante para o sucesso das demais pois engloba algumas variáveis que podem influenciar diretamente a precisão dos resultados, como: a solicitação do exame pelo médico assistente, o preparo do paciente, a coleta e, finalmente, a conservação e o transporte da amostra.

Estudos demonstram que é nessa fase que ocorrem 70% das inconsistências em exames e é a fase em que o paciente tem mais participação.

O papel do paciente nos exames laboratoriais

O paciente pode e deve ajudar a mitigar os riscos de um exame impreciso, assumindo seu papel fundamental como protagonista a fim de colher resultados com o maior índice de precisão possível. Vamos listar abaixo o que o paciente pode fazer:

  1. Se informar e seguir à risca as instruções fornecidas, de preferência pelo laboratório, como: tempo de jejum, alguma dieta específica necessária, abstenção de álcool ou fumo.
  2. Durante o cadastro do exame no sistema de informática presencial ou remoto, responder com paciência e precisão às perguntas que serão feitas. Por exemplo, relatar todos os remédios que toma, pois alguns deles podem interferir nos exames resultando em valores mais altos ou mais baixos.
  3. Respeitar os horários específicos em que alguns exames precisam ser realizados e os materiais colhidos. Às vezes não nos importamos com esse detalhe, porém, por mais incrível que pareça, nosso corpo produz e libera substâncias em hora marcada (ciclo circadiano) e colher sangue em horário inapropriado trará um resultado inadequado.
  4. Quando se trata de amostras colhidas fora do laboratório, ficar atento se o frasco é apropriado, se a amostra é suficiente, se foi colhida sem contato com outras substâncias que podem também interferir quimicamente na amostra, o tempo e a forma de transporte até o laboratório.
  5. Observar se durante a coleta do seu material as etiquetas identificadoras foram colocadas adequadamente nas amostras.
  6. Por fim, gostaria de destacar a coleta de urina de 24 horas. Este exame é crucial no diagnóstico de status funcional dos rins e, por isso, é importantíssimo que todo o volume urinário produzido nas 24 horas seja levado ao laboratório, pois esse volume será usado no cálculo das dosagens. Além disso, se atentar para o correto armazenamento da amostra e detalhes sobre a coleta em frasco protegido da luz, etc.

Espero que essa leitura ajude a entender que laboratório e paciente são parceiros nessa jornada investigativa que está sendo feita, que os objetivos são comuns, ou seja, o foco é a saúde e o bem-estar das pessoas que precisam ter seus exames feitos da forma mais fidedigna possível para balizar o seu diagnóstico e tratamento visando uma vida mais saudável.

Ana Lucia Barbosa Morales

Colunista

Consultora do Grupo Tommasi, Médica Patologista Clínica do Laboratório Morales, Farmacêutica Bioquímica, Pós-graduada em Clínica Médica.

Consultora do Grupo Tommasi, Médica Patologista Clínica do Laboratório Morales, Farmacêutica Bioquímica, Pós-graduada em Clínica Médica.