
A extração do siso é um procedimento recorrente, mas que se tornou assunto depois que o vendedor Luan Vinícius Alves Gonzaga, de 32 anos, morreu após passar pela cirurgia. Ele retirou três sisos, também conhecidos como terceiros molares.
O laudo de Luan apontou uma infecção generalizada. De acordo com o atestado de óbito, o paciente sofreu um choque séptico, de foco dentário e a Polícia Civil segue investigando o caso.
Após o acontecimento, muitas dúvidas sobre o procedimento começaram a surgir. Afinal, será que é sempre necessário extrair os sisos?
Segundo Iolanda Lemos, especialista e mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial, a resposta depende de cada caso.
Quando o siso nasce bem posicionado, saudável e sem causar desconforto, ele pode permanecer sem problemas. Mas, em situações de dor, inflamações, falta de espaço ou risco de cáries, a extração é indicada para evitar complicações.
Iolanda Lemos, especialista e mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial
O verdadeiro alerta
O alerta, no entanto, vai para os riscos da extração sem o devido planejamento. Procedimentos realizados sem avaliação e acompanhamento adequados podem resultar em infecções, má cicatrização, lesão de nervos e sangramentos excessivos.
“Embora pareça simples, a cirurgia de siso é um procedimento complexo, que exige avaliação da condição sistêmica do paciente no pré-operatório, cuidados rigorosos de biossegurança, técnica adequada e acompanhamento próximo no pós-operatório. O profissional mais indicado para esse tipo de intervenção é o cirurgião bucomaxilofacial”, reforça Iolanda Lemos.
Cada caso deve ser avaliado individualmente. “Infelizmente, já vimos situações graves em que falhas nessas etapas levaram a complicações sérias e até a óbito. Por isso, a extração deve ser tratada com a seriedade que o procedimento requer”, conclui a cirurgiã bucomaxilofacial e especialista em DTM e Dor Orofacial.