Síndrome mão-pé-boca

Febre aftosa em humanos? Entenda diagnóstico da filha de Tays Reis

Em humanos, o nome correto da infecção é síndrome mão-pé-boca

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Filha de Tays Reis é diagnosticada com febre aftosa
Foto: Reprodução Instagram/@taysreis

A cantora Tays Reis revelou aos seus seguidores na terça-feira (01) que sua filha Pietra, com o também cantor Biel, foi diagnosticada com febre aftosa. Segundo ela, a criança de dois anos está sofrendo com dores na boca e bolhas nos pés e mãos.

A própria Tays manifestou seu choque ao comentar o diagnóstico questionando se ele realmente estava correto. “O médico falou que Pietra pegou febre aftosa, só que febre aftosa é o que dá em animais. Existe a gripe aftosa que dá em crianças. Então, o médico está certo ou errado?”, perguntou.

Mas afinal, a febre aftosa realmente afeta humanos?

Humanos têm febre aftosa?

Segundo o infectologista do Hospital São José e professor do Unesc, Eduardo Pandini, não é correto usar termo febre aftosa quando falamos de humanos, já que se trata de uma doença viral que afeta apenas animais como bovinos e suínos.

Ele ainda explica que o nome correto e cientificamente aceito para a infecção é síndrome mão-pé-boca.

A confusão ocorre porque os sintomas da doença mão-pé-boca (DMPB), doença transmitida pelo Coxsackie vírus em humanos, incluem aparecimento de aftas e lesões nas extremidades, semelhantes aos observados na febre aftosa animal.

Segundo a infectopediatra do Hospital Santa Rita, Rafaela Altoé, é essencial esclarecer a diferença entre febre aftosa e doença mão-pé-boca em humanos para garantir um diagnóstico e tratamento preciso.

“Usar o termo errado gera confusão, medo desnecessário e desinformação, além de comprometer a comunicação médica adequada. Separar corretamente os termos ajuda a evitar alarmes falsos e a promover o cuidado adequado com as crianças”, completou.

Principais sintomas

Segundos os especialistas, alguns sintomas podem sinalizar que a criança foi infectada. São eles:

  • Febre baixa a moderada;
  • Dor de garganta;
  • Mal-estar;
  • Falta de apetite;
  • Aftas dolorosas na boca;
  • Erupções cutâneas (bolhas ou vesículas) nas palmas das mãos, plantas dos pés e, às vezes, nas nádegas.

“A evolução da doença geralmente ocorre de forma benigna. A febre dura cerca de dois a três dias e as lesões orais e cutâneas desaparecem em até dez dias”, explicou Pandini.

Cuidados para evitar transmissão

Em vídeo, Tays relatou que a escola da filha havia comunicado sobre crianças com sintomas similares recentemente. Segundo o especialista, a infecção possui alto potencial de surto em escolas, pois crianças estão mais suscetíveis ao contágio.

Os principais vírus causadores são o Coxsackievirus A16 e o Enterovírus 71, pertencentes à família dos enterovírus. A doença afeta principalmente crianças porque elas ainda não foram expostas a esses vírus e, portanto, não têm imunidade específica. Além disso, a higiene em crianças pequenas costuma ser menos rigorosa, favorecendo a transmissão“, explicou Eduardo Pandini.

Em caso de diagnóstico, de acordo com Rafaela Altoé, o ideal é manter a criança afastada enquanto houver febre e lesões ativas, especialmente as orais que, em média, duram de sete a dez dias do início dos sintomas.

“Para evitar o contágio com adultos e crianças, deve-se lavar bem as mãos com água e sabão após trocar fraldas ou cuidar da criança doente, evitar compartilhar utensílios (copos, talheres, toalhas), higienizar brinquedos e superfícies.”, completou.

O que pode ser feito para aliviar os sintomas

Segundo Rafaela Altoé, apesar de ser uma doença autolimitada, ou seja, que se resolve sozinha, algumas atitudes podem ajudar a aliviar o desconforto do paciente.

“Oferecer alimentos frios e pastosos, evitar alimentos ácidos ou condimentados, usar analgésicos e antitérmicos recomendados pelo pediatra (como paracetamol – caso a criança não tenha alergia a nenhum desses componentes) ajudam a aliviar o sofrimento”, explicou.

Além disso, segundo a especialista, soluções anestésicas locais para as aftas podem ser indicadas, com prescrição médica. Também é essencial manter a pele limpa e seca nas áreas com lesões.

Entretanto, os especialistas alertam: não se deve estourar as bolhas que formam com a doença. “Vale alertar, ainda, que as pessoas não devem estourar as bolhas. Essa atitude não ajuda a curar e, sim, aumenta ainda mais o risco de infecção secundária”, finalizou a infectopediatra.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.