Suor noturno, febre persistente e emagrecimento repentino. Sintomas relativamente comuns, mas que, em alguns casos, indicam um câncer que muitas vezes é confundido com infecções simples: o linfoma.
O Brasil deve apresentar, em 2025, mais de 15 mil novos diagnósticos de linfomas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Uma doença que acomete as células do sangue e fragiliza o sistema imunológico.
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Como a maioria dos cânceres, quanto mais cedo o linfoma é identificado, maiores são as chances de tratamento. A campanha Agosto Verde Claro reforça a importância de falar sobre a doença e suas características.
O que é linfoma?
Segundo o hematologista Douglas Covre Stocco, os linfomas acontecem quando um linfócito, que é uma célula de defesa do sangue, apresenta uma mutação. Essa célula defeituosa começa a se reproduzir, gerando cópias igualmente malignas, que podem invadir outros tecidos e órgãos.
Existem dois grandes grupos conhecidos como Linfoma de Hodgkin e Linfomas não-Hodgkin.
Uma característica dos Linfomas de Hodgkin é se espalharem ordenadamente de um grupo de linfonodos para outro. Já os Linfomas Não-Hodgkin também são causados por mutações em células de defesa, mas se diferenciam por se espalharem de maneira não ordenada.
Douglas Covre Stocco, hematologista
A ciência ainda não entende completamente o mecanismo para o desenvolvimento dos linfomas, mas sabe-se que algumas situações aumentam o risco de diagnóstico.
Pessoas com sistema imune suprimido, como as portadoras do vírus HIV e as que fazem uso de medicamentos imunossupressores são mais suscetíveis, assim como portadores dos vírus Epstein-Barr e HTLV1 e da bactéria H. pylori, que causa úlceras gástricas.
Para o Linfoma de Hodgkin, grupos etários na faixa dos 15 aos 39 anos são mais afetados, assim como idosos com mais de 65 anos. Os Linfomas Não-Hodgkin têm maior prevalência entre pessoas acima de 60 anos. Por causas desconhecidas, entre os idosos, sua incidência duplicou nos últimos 25 anos.
Como identificar os linfomas
Segundo a hematologista Rayana Bomfim, diagnosticar um paciente com linfoma pode ser um desafio, pois os sintomas, na maioria dos casos, são abrangentes.
Os sintomas mais comuns são:
- Ínguas aumentadas na região do pescoço, axilas e virilha;
- Suor noturno excessivo;
- Febre;
- Coceira na pele;
- Emagrecimento sem causa aparente.
Esses sintomas podem ser confundidos com viroses ou estresse, porém, quando acompanhados de alterações laboratoriais, devem chamar atenção da equipe médica.
“Muitas vezes, os cânceres do sangue, como os linfomas, podem se apresentar de forma silenciosa no início do seu curso. A presença de linfonodos – conhecidos como ínguas ou gânglios – aumentados e endurecidos, o aumento do baço no exame físico, febre sem indício de infecção e, eventualmente, alterações laboratoriais sugerem um caso que deve ser encaminhado ao hematologista para avaliação”, avalia a hematologista Rayana Bomfim, da Cardiodiagnóstico.
O tratamento, segundo os especialistas, varia de acordo com o tipo específico, a saúde do paciente e o estágio da doença.
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.
