Genética não é destino, seu coração também depende das suas escolhas Genética não é destino, seu coração também depende das suas escolhas Genética não é destino, seu coração também depende das suas escolhas Genética não é destino, seu coração também depende das suas escolhas
Problemas de coração e genética
Reprodução/Freepik

Você já ouviu alguém dizer: “na minha família todo mundo tem problemas de coração, então comigo não tem jeito”?

A ciência mostra que isso não é tão verdade assim, sem dúvidas o risco é maior quando a história familiar está presente, mas o ambiente faz diferença.

Estudos mostram que vai além da genética

Um grande estudo publicado no New England Journal of Medicine em 2016, com análise de de dados de mais de 55 mil pessoas, revelou algo muito importante: mesmo quem nasceu com maior risco genético para infarto pode reduzir esse risco quase pela metade com um estilo de vida saudável.

Os pesquisadores calcularam o chamado “escore poligênico”, uma medida que avalia dezenas de variações no DNA associadas à doença arterial coronariana. Com isso, classificaram os participantes em três grupos: baixo, intermediário e alto risco genético.

Em paralelo, avaliaram quatro hábitos de vida:

  1. Não fumar;
  2. Manter o peso saudável (IMC abaixo de 30);
  3. Praticar atividade física regularmente;
  4. Ter uma alimentação balanceada (rica em frutas, vegetais, grãos integrais e pobre em alimentos ultraprocessados).

Com base nesses hábitos, cada pessoa foi classificada como tendo um estilo de vida favorável, intermediário ou desfavorável.

Os resultados foram impressionantes

Entre as pessoas com alto risco genético, aquelas com estilo de vida saudável tiveram 46% menos eventos cardíacos do que aquelas com hábitos não saudáveis.

Mesmo quem tinha baixo risco genético aumentava suas chances de infarto se adotasse um estilo de vida ruim.

Um bom estilo de vida reduz problemas de coração

No geral, um bom estilo de vida reduzia o risco de eventos cardíacos em todos os níveis genéticos.

Além disso, em um dos grupos estudados, foi feita tomografia para medir a calcificação das artérias do coração. E o padrão se repetiu: menos placas de gordura nos que cuidavam melhor da saúde, independentemente da genética.

Ou seja, as escolhas que você faz todos os dias podem proteger seu coração, mesmo que sua genética não ajude. Caminhar regularmente, cuidar da alimentação, manter um peso saudável e dizer não ao cigarro são atitudes simples que têm um impacto real — e poderoso — na sua saúde.

A mensagem é clara : A genética pode até carregar a arma, mas é o estilo de vida que puxa ou não o gatilho. E a boa notícia é que você tem o controle sobre isso. Adquira hábitos saudáveis a partir de hoje!

Dra. Tatiane Mascarenhas Santiago Emerich

Colunista

Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. Residência em cardiologia e ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo. Titulo de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Título em área de atuação em Ecocaridografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular - SBC. Presidente da SBC ES 2020/21. Caridologista e Ecocardiografista do Centrocor e CDC. @tatianeemerich

Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. Residência em cardiologia e ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo. Titulo de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Título em área de atuação em Ecocaridografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular - SBC. Presidente da SBC ES 2020/21. Caridologista e Ecocardiografista do Centrocor e CDC. @tatianeemerich