Rede Saúde SUmmit debateu Inteligência ampliada na medicina. Imagem: Everton Nunes
Rede Saúde SUmmit debateu Inteligência ampliada na medicina. Imagem: Everton Nunes

“A interface entre a ferramenta e o melhor que há no humano” foi como Alice Sarcinelli, head de saúde da Rede Vitória e CEO As Consultoria, descreveu a Inteligência Ampliada durante o Rede Saúde Summit. O encontro, que aconteceu nesta quinta-feira (23), em Vitória, reuniu líderes, gestores e profissionais para falar sobre “Inteligência Ampliada e o Futuro da Saúde”.

Durante o evento, realizado pela Rede Vitória e pela As Consultoria, os painéis responderam uma pergunta que ainda paira sobre muitos profissionais: afinal, o que é inteligência ampliada e como ela pode ser aplicada no setor?

O que é inteligência ampliada?

Rede Saude Summit
Rede Saúde Summit 2025. Foto: Everton Nunes

Nos últimos anos, o termo inteligência artificial tem ganhado os holofotes e o investimento em diversos seguimentos. Segundo dados apresentados pela sócia líder em Healthcare da Deloitte Brasil, Fátima Pinho, o cenário na saúde não é diferente.

Durante o painel “Panorama de dados e tendências de IA na saúde brasileira”, a especialista apontou como o setor tem caminhado neste sentido. Dados de 2024 mostram um investimento global privado de US$ 254 bilhões em IAs. Em relação à Pontuação do Índice de Maturidade por setor, a saúde está em quarto lugar.

No Brasil, o investimento em IA é estimado em R$ 23 bilhões, segundo o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), e 62,5% das instituições de saúde do Brasil utilizam essas ferramentas.

É neste contexto que a inteligência ampliada ou aumentada cresce. A ideia é combinar a inteligência humana com a inteligência aumentada, aumentando a capacidade cognitiva sem substituí-la. Neste caso, a ferramenta se torna uma parte do processo, mas não substitui a pessoa.

Hospitais inteligentes conseguem reduzir tempo de atendimento em casos graves de 17 horas para 2 horas com IA e conectividade. A tecnologia é um viabilizador: não substitui o cuidado humano, mas potencializa o atendimento, reduz burocracia e aumenta produtividade.”

Fátima Pinho, sócia líder em Healthcare da Deloitte Brasil

Ainda segundo Fátima Pinho, é essencial que o profissional saiba lidar com este novo momento e com a perspectiva das novas tecnologias. “O mercado de saúde digital e IA não são o futuro. Já estão acontecendo hoje, com dados expressivos e resultados concretos”, complementou.

Inteligência ampliada na prática

É justamente a característica amplificadora da IA que possibilita diversas aplicações no setor da saúde brasileira. Algumas oportunidades apresentadas pelos especialistas durante o evento foram:

  • Permitir um atendimento de qualidade em locais remotos;
  • Acelerar processos burocráticos e repetitivos;
  • Melhorar a gestão de sistemas, otimizando tem e custos;
  • Monitoramento epidemiológico;
  • Identificação na mudança de padrões consistentes.

A CEO e fundadora do Centro de Pesquisa Clínica (Cedoes), Irani Francischetto, destacou como a IA também está presente na etapa das pesquisas durante o painel “IA no Desenvolvimento de novos medicamentos”.

Segundo a especialista, as ferramentas vêm auxiliando a indústria no reposicionamento de fármacos existentes, propondo novas aplicações, e otimizando a etapa de ensaios clínicos, potencializando a seleção de pacientes de acordo com a resposta terapêutica.

“O Baricitinibe, medicamento para artrite reumatoide, foi reanalisado pela IA e descobriu-se que ele poderia ser eficaz para covid grave. […] Nos ensaios clínicos, ela analisa os bancos de registros médicos e identifica pacientes de forma muito rápida, com critérios de inclusão para aquele projeto”, explicou.

Os principais desafios

Apesar do cenário promissor, ainda há desafios. Para Irani, os principais são a qualidade e padronização de dados, integração com métodos tradicionais e questões éticas e regulatórias.

A especialista ainda destacou que a IA pode ajudar a reduzir custo e tempo e aumentar a taxa de sucesso no desenvolvimento de novos medicamentos, como já vem sendo usado. Entretanto, é preciso haver uma integração sólida com a parte humana do processo.

“O cenário é otimista: a IA pode trazer medicamentos mais rápidos, soluções terapêuticas inovadoras e melhorar a qualidade de vida da população”, disse.

O Rede Saúde Summit

Alexandre e Alice Rede Saúde Summit
Alexandre Carvalho e Alice Sarcinelli na abertura do Rede Saúde Summit. Foto: Everton Nunes

A Rede Saúde é a primeira e maior multiplataforma de conteúdos sobre saúde do Espírito Santo. Em seu guarda-chuva estão as colunas do Folha Vitória Vida Saudável, voltada para o cidadão, com artigos escritos por especialistas renomados de áreas variadas, e Saúde em Fórum, que dá visibilidade para iniciativas que transformam a saúde no Estado, além do programa Check-up Saúde, com duas temporadas por ano para a TV Vitória.

O Rede Saúde Summit também faz parte deste ecossistema e está em sua 2ª edição. O formato inspirado em grandes encontros nacionais e internacionais do setor e nasceu da necessidade de levar conhecimento para todo o mercado. Em sua primeira edição, trouxe temas como inovação, direito e tecnologia.

Na abertura do evento desta quinta-feira, que aconteceu no Sheraton Vitória Hotel, o superintendente de Conteúdo da Rede Vitória, Alexandre Carvalho, destacou como o projeto Rede Saúde é um instrumento de resgate da confiança e da cooperatividade no setor.

“Precisamos conectar o setor e formar possíveis agendas juntos, trabalhando cada vez mais com cooperação. “Mesmo que haja competição, a cooperação está acima de tudo em torno do crescimento e do objetivo de melhorar a saúde da população”, afirmou.

Já Alice Sarcinelli, que também é diretora-executiva do Rede Saúde Summit, destacou que tanto o evento quanto os demais canais do Rede Saúde, buscam manter os profissionais e a população atualizados sobre o setor da saúde.

Somos o Estado que mais concentra médicos e dentistas. Por isso, nosso objetivo, além de conectar quem produz saúde, é trazer com o Rede Saúde Summit a visão de futuro.

Alice Sarcinelli, head de saúde da Rede Vitória e CEO As Consultoria

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.