Saúde

Médica de Cachoeiro alerta para riscos da ozonioterapia

Alguns profissionais têm ofertado tratamento com técnica que utiliza a mistura dos gases oxigênio e ozônio para curar mais de 200 doenças. Médica alerta para riscos

Médica de Cachoeiro alerta para riscos da ozonioterapia Médica de Cachoeiro alerta para riscos da ozonioterapia Médica de Cachoeiro alerta para riscos da ozonioterapia Médica de Cachoeiro alerta para riscos da ozonioterapia
Foto: Divulgação

De tempos em tempos, alguma solução milagrosa aparece no mercado, prometendo tratar desde doenças complexas, até as mais simples. A onda no momento, que agora está chegando a Cachoeiro de Itapemirim, é a Ozonioterapia.

Essa é uma técnica que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diversas vias, como intravenosa ou intramuscular, com objetivo terapêutico. Tem a promessa de tratamento de diversas patologias como câncer, problemas circulatórios, doenças virais, dores lombares, dores articulares, feridas crônicas e queimaduras.

Como a ozonioterapia se propõe para diversos fins, até para as questões estéticas estão utilizando. Tanta eficiência e versatilidade levantam suspeitas. E não é para menos. A médica dermatologista Roberta Goltara chama a atenção. “Apesar de praticada em diferentes países, ela ainda carece de garantias de sua eficácia e segurança, as quais não podem ser negligenciadas por profissionais e pacientes”, alerta.

Segundo ela, na dermatologia, a ozonioterapia afirma poder manejar e prevenir várias doenças de pele, das mais diversas etiologias, entre elas micoses, acne, psoríase e tratamentos estéticos, até mesmo através de óleos que passam por processo de ozonização.

Resolução

A médica, por sua vez, destaca que o Conselho Federal de Medicina já expressou, por meio de Resolução publicada no Diário Oficial da União, documento que proíbe aos médicos a prescrição desse tipo de tratamento dentro dos consultórios e hospitais. “A exceção pode acontecer em caso de participação dos pacientes em estudos de caráter experimental, com base em protocolos clínicos e critérios definidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa”, pondera.

Roberta Goltara adverte ainda que “ao tomar essa decisão, o Conselho Federal de Medicina deixa claro que o uso benéfico da ozonioterapia em tratamentos clínicos ainda está longe de ser uma unanimidade positiva. O volume de estudos e trabalhos científicos adequados sobre a prática ainda é pequeno e não oferece as certezas necessárias”.

Mais de 26 mil trabalhos sobre esse tipo de tratamento foram analisados pelo conselho, mas nem todos tinham boa amostragem ou dados completos. “Para o Conselho, esse quadro exige mais pesquisa em busca de conhecimento sobre o tema”, destaca Roberta Goltara.

O que vem causando estranheza é o número de problemas que a ozonioterapia diz curar e tratar. Não há na história da medicina registro de droga ou procedimento contra mais de 200 doenças, algumas delas graves, como hepatite, hérnia, câncer e AIDS. “Fica o alerta”, completa.