
A menopausa é um período de grandes mudanças na vida da mulher decorrente de alterações hormonais e que impactam diretamente na saúde física e mental da paciente. Uma queixa muito frequente nos consultórios é o ganho de peso.
Ouço muito a frase “doutora depois que entrei na menopausa comecei a ganhar peso e foi tudo para a barriga”. Isso acontece de fato em algumas mulheres, mas mais do que o ganho de peso, o que se observa é uma redução da gordura subcutânea e aumento da gordura abdominal.
Alterações no perfil metabólico
Essa redistribuição de gordura, além de levar a alteração estética, pode alterar o que chamamos de perfil metabólico, causando um aumento de glicose no sangue, colesterol, triglicerídeos e aumento de gordura no fígado (estetaose hepática).
Isso leva a um aumento de doenças cardiovasculares, como infarto do miocardio e acidente vascular cerebral (avc), popularmente conhecido como derrame.
Redução no gasto energético
Outra mudança percebida é a redução do gasto energético que contribui para a perda de peso nessa fase da vida da mulher. Por isso falo com minhas pacientes: devemos cada vez gastar mais e comer menos pois a taxa metabólica basal vai reduzindo após a menopausa.
Gastar mais quer dizer praticar mais atividade física, nos mantermos mais ativas e comermos cada vez melhor, de forma mais saudável e controlando calorias
É assim que poderemos manter uma melhor qualidade de vida nessa fase e reduzir os riscos a longo prazo.
Vem aí um novo medicamento para perda de peso: tirzepatida
O tratamento da obesidade vem apresentando uma transformação muito positiva nos últimos anos com o desenvolvimento de novos medicamentos, sendo a maioria deles decorrente de hormônios intestinais controladores da fome.
Em um recente congresso americano de diabetes foi apresentado a medicação chamada tirzepatida, em fase 3 de estudo, para tratamento da obesidade; uma associação de análogo de glp-1 e gip, um outro hormônio intestinal associado ao controle da fome e saciedade.
Essa medicação foi aprovada recentemente para tratamento de diabetes do tipo 2 e agora também em estudo para tratamento da obesidade com resultados incríveis na perda de peso, chegando até 16% de perda mesmo com dose mínima da medicação.
Os efeitos colaterais são semelhantes ao agosnistas de glp-1, que já usamos em nosso dia a dia de consultório, como náuseas e efeitos intestinais. Essas inovações tendem a mudar o curso do tratamento da obesidade, uma doença tão comum e com alto impacto na qualidade de vida do paciente e na sua saúde.
Devemos também lembrar que em qualquer tratamento devemos sempre associar mudança de estilo de vida com prática regular de atividade física e controle alimentar adequado.