Mais de 100 médicos, residentes e estudantes vão realizar um mutirão neste sábado (27) e domingo (28) na cidade de São Gabriel da Palha, na região Noroeste do Espírito Santo, para atender mais de 300 pacientes e, a partir de consultas e exames, detectar possíveis casos de câncer de pele através da tecnologia.
Em alguns casos, o paciente pode sair do mutirão não apenas com o diagnóstico, mas também com o tratamento já iniciado, seja crioterapia, cirurgia ou biópsia no mesmo dia.
A ação é do Programa de Assistência Dermatológica e Cirúrgica (PAD), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e vai acontecer na Policlínica de São Gabriel da Palha, tendo apoio do Padtech, núcleo tecnológico para agilizar consultas e organizar dados clínicos.
Vale destacar que o câncer de pele é o tipo mais comum da doença no Brasil, representando cerca de 30% de todos os casos registrados, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Os pacientes que serão atendidos foram previamente agendados pela Secretaria Municipal de Saúde. O processo é feito principalmente por meio dos agentes comunitários de saúde, que conhecem de perto as famílias.
Eles percorrem as residências para identificar pessoas com lesões ou manchas suspeitas na pele e orientar sobre a importância da prevenção.
Atendimentos digitalizados com o Padtech
O mutirão já é feito há algum tempo, mas ganhou mais agilidade com a entrada do Padtech. O preenchimento manual de formulários em várias vias foi substituído por tablets, que concentram todo o histórico clínico. Isso reduziu o tempo médio de consulta de 50 para menos de 10 minutos, aumentando a capacidade de atendimento.
Hoje conseguimos organizar todos os fluxos de forma mais rápida, sem acúmulo de papéis, o que aumenta a eficiência do mutirão, explica André Pacheco, coordenador do Padtech.
Agentes, enfermeiros e médicos locais recebem treinamento da equipe do programa para auxiliar na identificação de casos suspeitos de câncer de pele.
“Os agentes vão até as casas dos pacientes, falam sobre o projeto e perguntam se alguém na residência tem alguma lesão, pinta ou outro sinal que queira consultar. Através do Padtech, liberamos cerca de 15 a 20 dias antes do programa para que o município cadastre todos os pacientes para o atendimento”, explica a coordenadora administrativa do PAD, Vera Lúcia Dittmann Jarske.
Foto: Reprodução/ Padtech
Sistema com IA consegue apontar suspeita de câncer
Além da digitalização dos prontuários, o Padtech desenvolveu softwares de inteligência artificial capazes de analisar imagens de lesões e apontar padrões suspeitos.
A ferramenta ainda está em fase de testes, mas já mostrou resultados positivos para auxiliar médicos na triagem precoce de câncer de pele.
“O PAD é resolutivo. O paciente não apenas recebe atendimento, mas já tem encaminhamento definido ou tratamento realizado”, completa Vera Lúcia.
Próximos municípios
O cronograma do programa para os próximos meses inclui outras cidades. Veja as datas:
27 e 28 de setembro – São Gabriel da Palha
25 e 26 de outubro – Vila Pavão
29 e 30 de novembro – Domingos Martins
13 e 14 de dezembro – Santa Maria de Jetibá
*Reportagem da jornalista Kayza Araújo