Saúde

90% dos cânceres de colo de útero estão relacionados à incidência de HPV entre mulheres

O tumor mata anualmente cinco mil brasileiras. Diagnóstico precoce pode evitar em 80% dos casos os riscos de metástases e outras complicações pela doença

Foto: Divulgação
75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos.

O câncer de colo do útero atinge 16 mil mulheres no Brasil por ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o que faz dele o terceiro tipo de câncer mais prevalente entre a população feminina. A doença é silenciosa e, por isso, em cerca de 35% dos casos acaba levando à morte. A preocupação acerca dos crescentes índices da doença aumenta quando analisado o principal causador da condição: o contágio pelo chamado papilomavírus humano – conhecido como HPV.

Mais comum tipo de infecção sexualmente transmissível em todo o mundo, o vírus HPV atinge de forma massiva a população feminina. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% dessas brasileiras irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de cinco a dez anos, uma taxa que preocupa os especialistas.

Segundo o cirurgião oncológico do Centro Capixaba de Oncologia (Cecon), unidade capixaba do Grupo Oncoclínicas, Luiz Augusto Fagundes, entre os tipos de câncer, o de colo de útero é o quarto com maior mortalidade entre as mulheres.

Ele explica que a taxa do câncer de colo de útero está diretamente ligada à qualidade de assistência à saúde. Em lugares do país com maior estrutura de atendimento, há menos registros de casos. O principal agente causador da doença em 90% das mulheres acometidas com câncer de colo do útero é o vírus HPV. Esse tipo de infecção genital é muito frequente, o que pode ocasionar alterações celulares no corpo da mulher, evoluindo para um tumor maligno. A faixa etária mais prevalente entre as mulheres está entre 30 e 50 anos.

Segundo o médico, Luiz Augusto a prevenção é um dos principais aliados no combate ao câncer de colo do útero. Existem duas formas de prevenção. Uma delas é a vacina, recomendada geralmente para meninas que ainda não iniciaram a vida sexual. Para mulheres adultas, é importante o uso da camisinha durante a relação sexual e realizar os exames periódicos no ginecologista para detecção da doença. “Nos exames, é possível tratar as lesões ainda em seu período inicial e evitar que elas se desenvolvam e se tornem um câncer “, explica o médico. Quando diagnosticado precocemente é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade por este câncer.

Falar de diagnóstico precoce é sempre importante, pois considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial.

Fique atento aos primeiros sinais

O tumor ocorre quando as células que compõem o colo uterino sofrem agressões causadas pelo HPV. Os primeiros sinais aparecem por meio de sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve.

Quando a doença já se encontra em um estágio mais avançado, a mulher pode apresentar um quadro de anemia devido à perda de sangue, além de dores nas pernas, nas costas, problemas urinários ou intestinais e até perda de peso sem intenção. Os sangramentos podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período da menopausa.

Quando detectado, os procedimentos para o tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia. A cirurgia consiste na retirada do tumor e, em alguns casos, na retirada do útero, o que pode impossibilitar a mulher de engravidar. Os tratamentos de radioterapia e quimioterapia são indicados em estágios mais avançados da doença.

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