Saúde

Alergia à proteína do leite e intolerância a lactose, entenda a diferença

Exames laboratoriais identificam as diferenças

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Sentir desconforto ai ingerir leite é um sinal de que seu organismo não está respondendo bem ao alimento, mas o motivo precisa ser verificado.

Basta um desconforto ao beber leite e já se fala em intolerância à lactose e alergia à proteína do leite de vaca. O assunto é importante, mas os problemas são bem diferentes e não podem ser confundidos.

A lactose é um tipo de açúcar, ou seja, um carboidrato, encontrado no leite e em outros produtos lácteos, como queijo, iogurte e requeijão. A intolerância se deve à falta da enzima lactase no intestino, que "quebra" a lactose em glicose e galactose, estruturas menores que serão absorvidas pelo organismo.

A alergia é uma reação imunológica às proteínas do leite e não ao açúcar. “Como é um quadro alérgico, as manifestações podem ocorrer no intestino, na pele e até no sistema respiratório com sintomas como tosse, chiados e bronquite e diarreia com sangue sendo mais grave que a intolerância à lactose”, disse o alergista da Ciame, Leonardo Lence.

A alergia ao leite geralmente se manifesta quando a pessoa ainda é criança. Pesquisas recentes identificam que de 5% a 8% dos bebes têm alergia ao leite e 0,5% a 1% dos adultos a desenvolvem. Existem inúmeros sintomas que podem indicar a alergia ao leite. Desde sintomas respiratórios, como ataques de asma, até infecções no ouvido, sangue ou muco nas fezes, diarreia e refluxo.

“O acompanhamento de um especialista é fundamental porque algumas alergias são mais perigosas e podem reagir com o simples cheiro do leite, como quando é fervido ou até mesmo no contato com cremes ou cosméticos que contenham a proteína”, afirmou o pediatra.

Alguns exames podem ser realizados para auxiliar o diagnóstico de alergia alimentar, como o exame de sangue que detecta a presença de anticorpos IGE (responsáveis pela alergia) para o alimento suspeito de desencadear alergia alimentar. Há também o teste cutâneo, realizado na superfície da pele usando os alimentos suspeitos. A leitura do resultado é feita após 20 minutos.

“Nem sempre os testes demonstram de fato o problema do paciente, por isso é fundamental fazer também um acompanhamento clínico. No caso da intolerância, basta substituir os alimentos por opções sem lactose. Já no caso da alergia, é necessário fazer uma série de restrições. Em alguns casos, a alergia desaparece nas crianças após o crescimento”, finalizou Lence.

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