Saúde

Doenças do intestino: Patologia de Crohn não tem cura e pode matar

Os medicamentos para o tratamento da doença são caros e chegam a custar R$ 4 mil

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Dor abdominal e diarreia crônica, com duração superior há um mês, são sintomas das doenças. 

Imagine a seguinte situação: você sente dores frequentes no abdômen, necessidade de ir ao banheiro de hora em hora, nota perda constante de peso, enfraquecimento e desânimo, todos os dias! Qual seria a sua reação? Certamente é desesperador se imaginar numa situação dessas. E esta, é a realidade das pessoas que sofrem do mal de Crohn.

Uma das doenças mais graves do intestino, provocada por uma inflamação crônica e profunda na mucosa do trato intestinal, que causa desregulagem no sistema imunológico e passa atacar e destruir tecidos saudáveis do organismo. Neste caso, o próprio corpo se auto destrói.

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Mônica Pacheco, proctologista do Grupo Meridional. 

A proctologista do Grupo Meridional, Mônica Pacheco, explica que a doença pode acometer desde a boca até o anus, em forma de úlceras profundas como se fossem aftas, que causam sérias consequências, alguns exemplos são sangramento ao defecar, problema de absorção, diarreias volumosas, dores abdominais, estreitamento do intestino e surgimento de fístulas. 

Tratamento 

Há cinco anos, as formas de tratar a doença e a criação de medicamentos para ela vem evoluindo, o problema é que os remédios para o tratamento da patologia são muito caros e chegam a custar 4 mil reais. Por isso, só são viáveis quando fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)- que por sua vez, apresenta escassez da medicação.

De acordo com a especialista do Grupo Meridional, o tratamento é baseado em drogas chamadas de imunomoduladoras e imunobiológicas, reeducação alimentar, pois a alimentação deve ser balanceada, sem exageros e não fazer o uso de anti-inflamatórios, porque eles fazem com que a doença entre em atividade. 

Doenças do Intestino 

São doenças que não têm cura, mas o avanço nos tratamentos e a troca de informação chegam como um alívio pra quem sabe que vai ter de conviver com o problema. Por isso, no Espírito Santo, foram criados grupos de ajuda. Através de aplicativos de mensagem, os pacientes que enfrentam as mesmas batalhas compartilham vitórias, soluções e até medicamentos que faltam pra uns e sobram para outros.

Caso

Foto: TV Vitória
Liliany Fernandes, quando pesava menos de 35 quilos. 

Um exemplo é o caso da Liliany Fernandes, de 48 anos. Ela é portadora da Doença de Crohn e após anos de luta contra a doença, hoje busca ajudar outras pessoas que precisam de informação sobre a patologia. Ela participa de dois grupos em redes sociais e já perdeu as contas de quantas dúvidas respondeu, ou de quantos remédios doou para quem ainda não conseguiu o benefício pelo SUS.

Liliany é um exemplo de força e vitória para muitas pessoas. Quem a vê sempre sorridente, nem imagina as batalhas que ela já enfrentou. Foram vinte anos tratando o mesmo problema; quinze cirurgias no intestino; anos internada em hospitais; por um tempo ficou internada na UTI; já teve um Acidente Vascular Cerebral e já pesou trinta e quatro quilos. Após cirurgia, atualmente o quadro de saúde da paciente é estável. Apesar de ainda usar uma bolsa de colostomia, já ganhou peso e está com a doença controlada.

Foto: TV Vitória
Liliany mostra durante entrevista grupo de mensagens o qual participa e ajuda outros pacientes com a doença. 

"A alegria que estava dentro de mim, mesmo sendo portadora da doença, não me deixou cair, a vontade que eu sempre tive de viver também não deixou me abater. Eu levo minha vida normal, não gosto que falam que tenho um problema sério de saúde, porque isso atrapalha e eu quero aproveitar a minha vida", disse Liliany Fernandes. 

O Jornal da TV Vitória preparou uma série especial com três reportagens que falam sobre as principais doenças do intestino. Abaixo, você confere o segundo episódio da série, que fala sobre a Doença de Crohn. 










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