Saúde

Silenciosa e fatal: hepatite fulminante exige atenção aos primeiros sinais e agilidade no atendimento

Doença pode levar a óbito em poucos dias; transplante hepático é um dos principais tratamentos disponíveis para salvar a vida dos pacientes

Foto: Divulgação

O fígado é conhecido como o órgão que tem uma grande capacidade de regeneração. Porém, quando algo o atinge de forma muito aguda e intensa, perde esta propriedade e todo o organismo sofre com seu adoecimento. Este é o caso da insuficiência hepática aguda grave, conhecida também como hepatite fulminante e que pode levar o indivíduo rapidamente à morte.

Considerada uma das condições mais graves que acometem o fígado, a hepatite fulminante é caracterizada por uma inflamação muito aguda no órgão e que pode ser causada por diversos agentes como álcool, uso incorreto ou exacerbado de medicações, ervas, suplementos alimentares, infecção por vírus, presença de gordura (esteatose hepática) ou doenças metabólicas. 

O acometimento do indivíduo pode se dar em semanas e o aparecimento de sintomas pode indicar uma doença já avançada. "Quando o fígado para de funcionar, ele compromete todos os órgãos. O cérebro incha, o pulmão inflama, os rins param, a pressão arterial abaixa. É um paciente muito grave e, se não manejado corretamente, pode morrer em horas", afirma o médico intensivista Leonardo Rolim Ferraz.

De acordo com Dr. Leonardo, nos Estados Unidos, grande parte dos casos de hepatite fulminante são ocasionados pela ingestão de altas doses de alguns medicamentos, como o paracetamol. Nos países desenvolvidos, a incidência da doença chega a 2,3 mil casos por ano, enquanto em países em desenvolvimento, caso do Brasil, a incidência pode ser até três vezes maior.

Para alguns pacientes acometidos pela hepatite fulminante, a capacidade de regeneração do fígado se mantém preservada e o uso de medicações capazes de reverter o efeito tóxico que atingiu o órgão e o tratamento de suporte em UTI são suficientes para uma boa recuperação. Porém, em casos mais graves, o transplante é a única saída para evitar a morte.

"Geralmente esta condição atinge pessoas muito jovens e saudáveis, sem sinal de nenhuma doença. A velocidade com que se desenvolve exige uma agilização dos processos de transferência para centros capacitados em identificar e tratar da melhor forma aquela condição", afirma o Dr. Marcio Dias de Almeida, médico hepatologista e coordenador do programa de transplantes hepáticos do Einstein. 

Os principais sintomas são: amarelamento da pele e dos olhos (icterícia), dor no abdome, inchaço abdominal, náuseas, vômito, sensação de mal-estar, desorientação e sonolência. De acordo com o especialista, assim que um paciente é diagnosticado com hepatite fulminante e comprova-se a necessidade do transplante, ele passa a ser o número um da lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes.

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