Saúde

Mais de 3 mil pessoas no ES vivem com HIV e não sabem

Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde aponta que cerca de 100 mil pessoas estão na mesma situação

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Pexel

Dados da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) apontam que, no Estado, cerca de 3 mil capixabas têm HIV ou Aids e não sabem. Em todo o Brasil, o Ministério da Saúde destaca que em torno de 100 mil pessoas estão na mesma situação.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!

O estudante Isaque de Oliveira tem 26 anos e há sete ele foi diagnosticado com HIV. Aos 19 anos foi um choque saber que teria que aprender a conviver com o vírus e com o preconceito, tanto de desconhecidos, quanto dos próprios familiares.

"No início nunca é fácil. É difícil a gente se adequar à nova situação, que é o fato de que, a partir de agora, a gente vai fazer um tratamento para o resto da nossa vida, tomando retrovirais que podem trazer alguns tipos de problemas na saúde a longo prazo. E viver com o preconceito, que eu acho ser o mais difícil."
Foto: Matheus Brum / TV Vitória

Segundo a Sesa, neste ano, 110 pessoas foram diagnosticadas com HIV no Espírito Santo. No ano passado foram 1.676 novos casos. Em 2021, 1.373 pessoas testaram positivo para a doença.

A infectologista Rubia Miossi alerta que a pessoa com HIV não apresenta sintomas e, por isso, a recomendação é fazer o teste de HIV/Aids uma vez por ano.

"Para quem tem mais de um parceiro sexual ou tem o hábito de não utilizar o preservativo nas relações, o ideal é que faça a cada três meses. Caso venha positivo, inicie o tratamento imediatamente que não vai ficar doente, não vai passar a doença para frente", explicou.

O tratamento e o teste de detecção de HIV/Aids são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A médica explica que no início do tratamento, na década de 90, o paciente com HIV precisava tomar muitos medicamentos e que tinha muitos efeitos colaterais. Hoje não é mais assim.

"Eram vários compripmidos ao dia, alguns tinham que ser dissolvidos, era muito efeito colateral, como vômito, diarreia, o paciente não conseguia fazer o tratamento. Hoje em dia, a gente tem opções de fazer o tratamento de um, dois ou três comprimidos ao dia." 

Usar preservativo nas relações sexuais é a principal forma de prevenção. A informação também é uma arma eficiente para combater o vírus e o preconceito.

Hoje, Isaque é coordenador da Rede de Jovens Vivendo com HIV e Aids no Espírito Santo, um projeto que acolhe jovens que vivem com a doença.

"A rede é um movimento social de acolhimento, adesão e políticas públicas. A gente procura estar sempre nos espaços porque a gente está aqui para representar. É uma voz entre muitas que estão caladas", enfatizou.

* Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record TV

Pontos moeda