Grande Vitória

Casos de dengue provocam corrida por repelentes nas farmácias

No Brasil, cerca de 75 pessoas já morreram em decorrência da doença somente este ano; uma delas no Espírito Santo

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Os casos de dengue no Brasil chegaram a 512.353 em janeiro de 2024, número quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. No Espírito Santo, já foram 14.106. 

Cerca de 75 pessoas já morreram em decorrência da doença somente este ano, no Brasil, sendo uma delas no Estado. Além disso, outras seis mortes são investigadas. 

Com o aumento dos casos, também cresceu a procura por repelentes nas farmácias da Grande Vitória. Segundo levantamento feito pela TV Vitória, a demanda cresceu de 10% a 70% nas drogarias da região metropolitana. 

De acordo com a farmacêutica Michelly Marchiori, a grande demanda tem dificultado o acesso a determinados produtos até mesmo para os distribuidores. 

"Para repor estoque já estamos com dificuldade de encontrar alguns produtos específicos no distribuidor, porque a demanda aumentou também no distribuidor", disse. 

Melhores tipos de repelente e prevenção 

O infectologista Lauro Ferreira Pinto alertou que os melhores repelentes são aqueles a base de uma substância chamada Icardina. O médico destaca que este tipo de repelente se sobressai sobre os outros pelo maior tempo de duração dos efeitos, cerca de 10 a 11 horas. 

Lauro reitera que os números de dengue registrados no país são alarmantes, uma vez que o período onde se há mais registro da doença é o mês de abril, o que torna janeiro uma época atípica. 

Segundo ele, a preocupação é ainda maior quando se compara ao mesmo período do ano passado, que já era considerado extremamente ruim. 

"Neste início de 2024 estamos observando uma explosão de casos de dengue em todo Brasil, quatro vezes mais que o número de casos observados no mesmo período do ano passado. Normalmente o pico de dengue é abril, estamos em fevereiro e apenas no mês de janeiro, se compararmos o mês de janeiro de 2023, é bem maio. Mais de meio milhão de casos de dengue em todo o Brasil." 

O infectologista afirma que medidas devem ser tomadas em casa para evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e que a precaução deve ser redobrada, uma vez que o Espírito Santo atravessa um período quente e de muitas chuvas. 

"Estamos com um mês extremamente quente, com chuva. É muito importante não deixar lixo, água parada, qualquer coisa que acumule água como vasos de plantas, pneus." 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que é importante escolher produtos de aplicação na pele e de uso ambiente, que são comprovadamente eficazes. 

Proteção dentro de casa

Algumas medidas simples podem ser tomadas para evitar a contaminação pela dengue dentro de casa. Utilizar o repelente e cuidar dos vasos de plantas e apostar nas telas de proteção são algumas das escolhidas pela universitária Laís Terra. 

"A gente compra mais agora, acho que a procura está maior. A gente coloca telinha dentro de casa para se prevenir também. Ter cuidado com água parada, não deixar água parada nos locais e sempre avisar o nosso próximo também", contou. 

Também adepta das telas, a aposentada Katya Alvarenga de Lima afirma: para se precaver também é importante manter os vasos de plantas secos e com areia, para evitar a proliferação do mosquito. 

"Aqui em casa nós já usamos há muitos anos telas nas janelas e agora intensifiquei com os repelentes corporais. As plantas estão todas com areia no fundo, para não ter problema." 

Ainda segundo a aposentada, é fundamental que existam campanhas de conscientização das prefeituras ao lado das comunidades e que pautas como higienização e limpeza são essenciais no combate à doença. 

"Todos têm que fazer uma campanha maciça sobre este problema da higienização, da limpeza, de conscientização. As prefeituras irem aos locais, entrarem nas casas, eu sei que eles fazem, mas intensificando esse trabalho que acho muito importante"

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record 

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