Saúde

Sintomas do câncer de sangue são confundidos com outras patologias

Saber identificar a doença por meio dos sintomas é difícil, mas exames como a eletroforese de proteínas auxiliam no diagnóstico precoce

Foto: Divulgação
Doença acomete principalmente idosos. Sintomas do Mieloma se confundem com fragilidades da terceira idade. 

Março é o mês de conscientização sobre o mieloma múltiplo, data instituída pelo International Myeloma Foundation (IMF) para promover a conscientização da doença, alertando sobre os seus sinais e sintomas, visando o diagnóstico precoce. O mieloma múltiplo é o segundo câncer de sangue mais frequente no mundo e acomete, principalmente, pessoas com 60 a 65 anos. 

Sua gravidade está ligada ao seu padrão de crescimento e sintomas, como dores ósseas e cansaço, que costumam ser confundidos com outras patologias, retardando o diagnóstico e prejudicando o sucesso do tratamento.

A doença 

Sem causa identificada, se caracteriza por um câncer raro na medula óssea que se origina nos plasmócitos, uma das células responsáveis pela defesa do organismo. Seus principais sintomas são dores nos ossos, anemia, insuficiência renal, fadiga e fraturas. “Ao apresentar algum desses sintomas, pode haver confusão em pensar que a anemia seja apenas sinal de falta de ferro ou as dores nos ossos sejam por conta da idade, mas o mieloma múltiplo precisa ser lembrado”, afirma o hematologista do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Edvan Crusoé. 

O especialista explica que por ter seus sintomas confundidos com sinais da terceira idade e ser desconhecido por grande parte da população, o diagnóstico é um dos grandes desafios da doença. “Muitas vezes, quando os pacientes começam o tratamento, eles já estão muito debilitados pelas dores típicas da doença em função do diagnóstico tardio. Um exemplo é a dependência da diálise pela insuficiência renal”, afirma Crusoé.

Além disso, o especialista aconselha que a eletroforese de proteína faça parte dos exames de rotina dos pacientes. “O mieloma múltiplo produz uma proteína única no organismo, chamada de proteína monoclonal, e o exame eletroforese de proteína é capaz de medir esse elemento no sangue”. 

O médico ainda salienta que “apesar da doença não ter cura, o cenário é promissor, já que existem terapias mais eficientes e menos tóxicas, permitindo ao paciente uma melhora significativa na qualidade de vida e na sobrevida”. Por isso, é importante que as pessoas procurem um hematologista ao identificarem esses sintomas, principalmente na terceira idade.

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